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Abadia de Fátima Alves

1957 - 2020

Era a doçura no olhar, no coração e na vida de todos.

A família era a sua maior paixão. Gerou duas pessoas incríveis: Hainalle e Marcos Henrique. O genro era como se fosse um terceiro filho.

Sempre dizia à filha: "Quando você nasceu, eu soube o que era a felicidade". É impossível dimensionar a alegria que isso proporcionava aos filhos e, sobretudo, o quanto sentiam-se amados pela mãe. Eram todos muito unidos e, talvez por isso, nunca deixaram de dizer a ela o quanto era amada e o quanto era especial. Não tinha como não amar alguém como ela!

Ser avó foi, definitivamente, o seu grande papel na vida e o que a fez mais feliz. Quando sua Ísis nasceu, ficou maluca de felicidade. Dedicou-se muito à neta, sempre.

Ninguém imaginava que, de uma hora para a outra, seu esposo Abnélio perderia aquela que foi sua companheira por trinta e três anos, a companheira de uma vida inteira de amor. Agora, todos estão se sentindo órfãos.

Era a pessoa mais generosa e preocupada com o próximo de que se tem notícia. Era também uma incansável defensora dos animais. Amava todos os bichinhos e sempre ajudava aqueles que estavam abandonados pelas ruas. Abadia tinha quatro cães.

Como serva de Deus que era, está com Jesus no Paraíso, mas isso não diminui em nada o tamanho do buraco no peito de todos que com ela conviveram.

Como mãe e filha faziam tudo juntas, era como se fossem uma só pessoa e agora a filha terá que seguir sozinha, com as dificuldades de viver em um mundo sem ela. O que acalenta um pouco o coração é a gratidão em ter tido seu anjo, emprestado por Deus, por trinta e um anos.

Abadia era portadora de um linfoma de Burkitt, totalmente curável, e sua partida, por outra doença, deixa a filha inconsolável.

Abadia era mãe de alguém, era avó de alguém, era esposa de alguém. Abadia era o amor de alguém.

Ainda que sigam transformando pessoas em números, sua alegria, seu jeito carinhoso e sua energia positiva permanecerão vivos e latentes, eternamente.

Abadia nasceu em Itapirapuã (GO) e faleceu em Brasília (DF), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Abadia, Hainalle Alves Nogueira de Almeida. Este tributo foi apurado por Cairo Martins, editado por Camila Ferreira Fernandes, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 29 de janeiro de 2021.