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Abila Silveira Bueno

1965 - 2020

De sorriso largo e afetuoso, era divertida e alegre, mas não descuidava dos seus.

Nada deixava Abila mais feliz do que estar com a família. Carinhosa do jeito que era, gostava de ver a casa cheia de gente e de conversar animadamente. Não é à toa que fazer churrasco era uma diversão: uma refeição sempre barulhenta, ideal para ser compartilhada. Seu maior sonho era ter a própria casa e uma mesa grande para receber todo mundo.

Era o alicerce da família, a quem todos procuravam para pedir uma ajuda, uma palavra de apoio. E ela sempre estava pronta para proteger e dar carinho. Mulher forte e guerreira, sabia distribuir atenção, conselhos e fazer o bem para quem cruzasse seu caminho.

O maior amor da sua vida era a neta Bella Flor, filha de Mábia. A sobrinha Mariana Nayara lembra que no dia em que Bella nasceu, tia Bia, como ela a chamava, ficou 15 horas no hospital, esperando pela hora do parto. "Rindo e tomando cerveja com as pessoas que ela amava, aguardando o momento mais feliz de nossas vidas", recorda.

As memórias de Mariana guardam bem mais do que as cenas alegres e os dias de festa. Nelas estão bem registradas as incontáveis situações em que Abila foi mais do que a tia carinhosa, que arregaçou as mangas para ajudar na criação dos três sobrinhos, filhos de sua irmã. Foi de Tia Bia que veio a ajuda para estudar e ter uma profissão, montar um negócio próprio, enxergar o futuro. "Ela sempre acreditou em todos os sobrinhos, no melhor de cada um", relembra com gratidão.

A pequena Bella Flor vai crescer ouvindo as histórias sobre a avó Bia, com quem conviveu pouco. Mas vai ter para sempre o grande sorriso aberto e franco nas fotos da família e nas recordações de todos aqueles que, um dia, tiveram a felicidade de conhecer Abila.

Abila nasceu em Terra Preta (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Abila, Mariana Nayara. Este tributo foi apurado por Cristina Piasentini, editado por Cristina Piasentini, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 13 de janeiro de 2021.