1956 - 2020
Um homem valoroso e terno que amava sua família mais que tudo, e voltava a ser criança com o neto.
Ele era ainda um menino quando vendia sorvetes para os presidiários, lá em Rebouças, através de uma pequena janelinha. O mesmo menino, lutador, que passou fome e se tornou um homem integro, honesto, trabalhador, um marido e pai dedicado. Esse era o Acyr, o pai da Daiane.
Serviu três anos no quartel e trabalhou até se aposentar na Rede Ferroviária Federal, a extinta RFFSA. Vivia para a família e em 2020, ele sua esposa completariam quarenta e cinco anos de casados.
Do casamento, com sua eterna namorada, vieram quatro filhos: um menino e três meninas; e como ele os amava!
Mas falar do Acyr e não falar de sua fé é impossível. Seu maior orgulho foi nunca ter negado a Cristo, e servi-lo por mais de trinta anos.
Ele tinha o dom da palavra e discursava como ninguém: era ele quem fazia as orações, com o coração, em belos discursos que calavam na alma, por serem sempre permeados de alguma brincadeira: fazia graça, amava contar uma das suas histórias que encantava a todos, sempre.
Gostava de filmes do Mazaropi, de Faroeste e de brincar com os netos. E quando o filho da Daiane dizia: "vamos brincar de animais, vovô”, lá se ia o Sr. Acyr a dizer: "Vamos!". Cada um falava o nome de um animal e ele quase voltava a ser criança.
Ele era a disposição em pessoa: aquele que ajudava sempre. Quando tinha que fazer alguma coisa, ou resolver algo, lá estava o Seu Acyr. Um coração muito bom e sempre muito sensato. Após sua aposentadoria, viajou durante um bom tempo para o Paraguai, para comprar e vender mercadorias.
Quando o Sr. Acyr foi diagnosticado com covid, seu filho, enfermeiro, assim como a nora , estavam internados. E quanto orgulho o coração do Acyr carregava por este filho.
Talvez, se pudesse discursar agora, diria do amor, por sua companheira de toda uma vida, das alegrias que foi ser pai dos quatro filhos queridos e avô de seus netos.E, quem sabe, como gostava de brincar e contar historias, diria do torresminho que lhe apetecia os olhos e enchia a boca d’água.
A Daiane agradece a Deus pelos 64 anos de vida do seu carequinha e tem, em seu coração, um sentimento de agradecimento por Deus lhe ter concedido ser filha de um homem tão maravilhoso, que a ensinava e aconselhava.
“Em vida te disse tantas vezes o quanto te amava e agora digo: Saudade eterna eu sentirei. Meu pai amado! Saudade.”
Acyr nasceu em Teixeira Soares (PR) e faleceu em Ponta Grossa (PR), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Acyr, Daiane Fabíola Rodrigues Dias. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Rosa Osana, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 28 de julho de 2021.