1982 - 2020
"Tamo junto? Sempre!" era a marca registrada de “Mussum.
Por onde Anderson, o "Mussum", andasse, fazia amizades.
Amava a família mais que tudo. Sua maior paixão era o filhinho Heitor, de 4 anos, portador de um grau leve de autismo.
Anderson era completamente apaixonado pela vida. Sua alegria era resumida em reunir quem amava em um churrasco, sempre com um sambinha ao fundo. "Se ele pudesse fazer churrasco todo final de semana, fazia", lembra a esposa. Emanava felicidade por onde quer que passasse.
Amava motos, mas não mais que seu querido Corinthians, cujos jogos sempre assistia reunido com os amigos. "Domingão? Tô fazendo nada? Uma cervejinha? ‘Cê’ é doido!", dizia nos vídeos que mandava para eles, sempre com uma cerveja gelada e mostrando o churrasco. Mas nunca exagerava no álcool. Morria de medo de injeção e fazia o que fosse preciso para não ter que ir ao hospital.
Sua vida foi dura. Perdeu a mãe muito cedo, de câncer. Ainda assim, jamais desistiu de lutar. Serviu à Aeronáutica por três anos, porém, decidiu não seguir a carreira por não gostar de ficar tanto tempo longe daqueles que amavam. Então trabalhou com dedetização, como técnico de máquina de cartão de crédito, como motorista de padaria.
Anderson era muito trabalhador. Nunca se atrasava para o serviço. Entregava pães em hospitais a hora que fosse. Mesmo sendo do grupo de risco, não parou de trabalhar. Costumava dizer que tinha a proteção de Deus, e que pessoas dependiam dele.
Não conseguia dizer não. Sua necessidade em ajudar era constante e, caso falhasse na ajuda, ficava decepcionado consigo mesmo.
Anderson era pura alegria, sempre o mais brincalhão da família. De muita fé, tirava do dele para que pudesse ajudar o próximo.
Dizia que assim que saísse do hospital, faria um churrasco com muita caipirinha. Infelizmente, o destino não quis assim. Deixa saudades e um legado de muito amor, solidariedade e alegria.
Anderson nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 37 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela esposa de Anderson. Este tributo foi apurado por Phydia de Athayde, editado por Mariana Coelho, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 31 de maio de 2020.