1962 - 2021
Colecionador de chapéus e máquinas de escrever, dizia que não gostava de presentes, mas sim da presença.
Antônio era um homem marcante, ainda mais quando se tratava de princípios, e sua forte presença falava mais sobre ele do que qualquer livro que o tentasse descrever.
Exótico e portador de milhões de ensinamentos, acumulador de qualquer coisa, amava com todo o coração os seus inúmeros chapéus e suas máquinas de datilografar.
Tinha uma paixão surreal por leituras. Inteligentíssimo, lia sobre qualquer assunto e detinha conhecimento suficiente para qualquer tipo de conversa. Seu legado para as filhas era transmitido por frases, carregadas de sabedoria, que elas jamais esquecerão:
“Estudem para não dependerem de homem nenhum”
“Os fins justificam os meios”
“Não há vantagens sem desvantagens”
“Deus criou a multiplicidade de religiões e profissões para o homem não perecer”
“Se cuida, pois, se estiver bem, onde estiveres certamente estarei bem”
“Não esqueça sempre que as suas escolhas farão você. Jamais perca suas razões”
"É importante ter sem que o ter te tenha”
“Acredite sempre em você”
Ele não gostava da tecnologia e não tinha nem celular, mas era muito coerente com a filosofia que adotou para sua vida: “Esse copo de água em minha mesa serve para três coisas: matar a minha sede, mensurar o limite da humanidade e cristalizar/absorver as energias”.
Dotado de uma alegria contagiante, não precisava de muito para que se estressasse. Gostava de ser amado e demonstrava o amor com a mesma intensidade que a chateação e a mágoa, nunca deixando que ninguém se aproveitasse de seu coração.
Dedicou a maior parte da sua vida ajudando a resolver os problemas alheios e sua disponibilidade se traduziu nas inúmeras vezes em que disse “Conte sempre comigo” ou “Tá precisando de alguma coisa?”
Crente, acreditava em todas as religiões do mundo e, acima de tudo, respeitava todas elas e gostava de ser respeitado na mesma medida.
Antônio amava incondicionalmente a Praia de Jacuípe, onde morou a maior parte da vida e onde repousarão as suas cinzas.
Antônio nasceu em Nova Soure (BA) e faleceu em Camaçari (BA), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Antônio, Catharine de Oliveira Carvalho. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Acácia Montagnolli e moderado por Rayane Urani em 5 de maio de 2021.