1991 - 2020
Adorava organizar uma festinha. Queria ser, e foi, uma mãe dedicada e amorosa.
Arícia tinha uma vocação: ser mãe. E pode-se dizer que tinha todas as qualidades desejadas para essa função. Amava crianças, gostava de festas, era generosa com as pessoas, boa amiga e tinha alegria de viver.
"Ela queria ser mãe e foi uma mãe amorosa. Mesmo jovem, abraçou esse sonho com intensidade. Abriu mão de qualquer vaidade e foi cumprir este papel", conta a sua tia Yasmine.
Gerou uma prole de três meninos — João Lucas, Pedro Guilherme e Felipe Gabriel — até que a vida a surpreendeu com uma quarta gravidez, que ela celebrou como sempre fazia com os bons motivos, festejando. Yasmine lembra: "Ela não cabia em si de felicidade. Sonhava em ter uma menina!"
Nas festas que organizava, sua alegria transbordava contagiando sua família e todos em seu entorno. Com essa mesma alegria, esperava por sua menina. Em sua vida, houve ainda um desafio ao seu coração de mãe: dois dos meninos foram diagnosticados com autismo. Arícia manteve sua dedicação em tempo integral e "sempre dizia que nunca iria separar os filhos".
Seus últimos dias foram assim também, "maternando". Com seis meses de gestação, teve um deslocamento de placenta, condição grave e que provocou o adiantamento do parto. Arícia realizou, assim, o seu grande desejo de ser mãe de uma menina. Deu à luz a sua muito desejada Maria Liz. Viveu o sonho, porém, por muito pouco tempo. Uma semana depois, partiu desse mundo.
Na família, fica o vazio, a saudade, mas também uma missão de amor, como Yasmine diz, concluindo a sua homenagem: "Agora, é cuidar e amar as crianças, que são o legado, a continuidade e a vida dela para nós".
Arícia nasceu em Manacapuru (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 28 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela tia de Arícia, Yasmine Campêlo Gomes. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por -, revisado por Lígia Franzin e moderado por Cristina Marcondes em 29 de agosto de 2020.