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Bazilio de Paula Rodrigues

1936 - 2020

Amava contar uma história. Cheias de floreios e lições valiosas, elas sempre traziam uma reflexão.

Bazilio poderia ter uma história como a da maioria dos caboclos do interior. Mas, com sua própria força, resolveu mudar seu destino.

Do interior do Pará, mudou-se para a capital e graduou-se em Direito. Por anos, atuou no cargo de juiz. Tão novo se aposentou devido a uma cegueira, condição que em nenhum momento de sua vida afetou sua alegria e sua fé.

Bazilio usava sua sabedoria para demonstrar seu carinho por quem amava, colocando apelidos afetuosos em todos que o conheciam.

Completamente apaixonado e dedicado à esposa, há quem diga que, até quando adoeciam, adoeciam juntos. Deixavam a família duplamente preocupada, mas como era lindo ver o amor que um sentia pelo outro!

Solidário a todos que necessitavam de ajuda, Bazilio deixa um legado de justiça, fé, humildade, tranquilidade e sabedoria. Doutor Bazilio deixa saudade.

"Não quero ser lembrado por ser um homem bom, quero ser lembrado por ser um homem justo", dizia Bazilio.

Bazilio nasceu em Baião (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.

História revisada por Mariana Coelho, a partir do testemunho enviado por filha Telma Lopes, em 27 de julho de 2020.