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Carlos Alberto de Araújo e Silva

1954 - 2020

Dono do melhor sorriso do bairro, ele coloria as ruas com alegria e irreverência.

Se a saudade fosse um buraco na via, não haveria rua nesse bairro para se caminhar sem cair. Os espaços, antes povoados pelo seu bom humor e por suas risadas, agora são cinzentos e sem vida.

Carlos Alberto, o Betinho, partiu. E com ele, foi embora também uma energia que emanava e trazia o bem. Sempre amoroso, estava pronto para ajudar qualquer que fosse a situação: com uma piada, nos momentos leves ou com um abraço fraterno, nos momentos difíceis.

Simplesmente não havia tempo ruim para esse grande homem que, em uma vida tão curta, foi capaz de criar um legado tão grande. Era sinônimo de amor, graça e generosidade. Soube amar e ser amado, e não à toa foi eleito o melhor pai, o melhor tio, vizinho e amigo...

A mensagem de Deus sobre amar ao próximo era mais do que uma citação, era uma prática rotineira. Cuidava de quem necessitasse, não importava se era o próprio pai ou alguém das redondezas.

Quem faz o bem, não olha a quem; e Betinho fez desse costume o seu lema de vida, deixando um legado imortal aos que ficam, agora saudosos, relembrando como era bom receber seu abraço apertado e seu sorriso escancarado, de quem não conseguia segurar para si a felicidade sentida por estar vivo.

Carlos nasceu no Maranhão e faleceu em São Luís do Maranhão (MA), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Carlos, Ana Flávia dos Santos Martins. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Bruna Rodrigues Coppedé, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2020.