1962 - 2020
As portas de sua casa e de seu coração estavam sempre abertas.
Alegria é o que ele deixava na vida de quem o conhecia. Sempre festejava a vida. As portas de sua casa estavam sempre abertas, assim como as portas do seu coração.
Sua maior paixão, a música, ecoava no bairro onde morava, e todos podiam ouvir e apreciar. E também havia aquele churrasquinho, que ele amava.
Homem muito trabalhador, viajava toda semana, ida e volta, de sua casa, no extremo leste paulista, para a cidade de Extrema, em Minas Gerais. Foram mais de cinco mil quilômetros percorridos. A cada partida e a cada chegada, era abençoado por sua mãe e sua família, para que Deus o protegesse naquela estrada tão perigosa.
Porém, sua batalha não era mais contra a distância, o desemprego ou o perigo das estradas, mas sim contra um inimigo invisível, que infelizmente o fez terminar sua jornada.
"Era tão trabalhador que nos deixou no dia primeiro de maio, um dia antes do aniversário de 89 anos de sua mãe e dois dias antes de ver seu filho mais novo completar dezoito anos", conta a sobrinha Daniele.
Mas ele conseguiu ver sua primeira neta, Heloisa. Todo domingo, antes de partir para sua longa jornada de trabalho, celebrava a vida em torno da mesa com seus filhos, a esposa e sua gatinha Fiona.
"Agora, foi percorrer novas estradas no céu. O que ficou foram as boas lembranças e a saudade dos momentos incríveis ao seu lado", diz Daniele. Acrescenta ainda que "Não morre aquele que deixou na terra a alegria da sua vida no coração de quem o conheceu".
Carlos nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha de Carlos, Daniele Teixeira Gomes Ludovigo. Este tributo foi apurado por -Gabriele Ramos Maciel, editado por Marilza Ribeiro, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 12 de setembro de 2020.