1967 - 2020
Um orgulhoso doador de sangue. O principal do hospital a que ia.
Um cara incrível, não precisava conversar com ele mais de uma hora para perceber o ser iluminado que era. Uma pessoa superparceira e muito amigo. Superinteligente, conseguia conversar desde o BBB até sobre a importância da álgebra para a matemática. Tratava todas as pessoas da mesma forma, poderia ser o morador de rua ou um CEO, que ele receberia a pessoa com um mega churrasco e a faria se sentir em casa. Levava a sério a frase: "Mi casa es tu casa".
Um ótimo anfitrião, que entendia de vinhos e carnes como ninguém. Amava política e história. Formado em Direito, mas sonhava em ser professor de história. Exemplo de caráter, lealdade e bondade."Vamos brigar por aquilo que nos fará evoluir, se essa discussão não vai agregar, melhor deixar para lá", ele dizia.
Amava estar com a família e com os amigos. Um cara que topava tudo, desde pular de paraquedas (mesmo não gostando) até ir no bar da esquina para tomar uma. Não tinha tempo ruim, ele era incansável. Se orgulhava tanto de ser um dos principais doadores de sangue do hospital que sempre ia. Ele literalmente dava o sangue para ajudar as pessoas.
Descobri tanta pessoas que ele ajudava no silêncio, sem ninguém saber, porque para ele importava apenas fazer o bem, não importava a quem. Não perdi só um pai, perdi o meu melhor amigo, meu parceiro de copo, meu conselheiro, meu advogado, meu anjo protetor aqui na terra. Um avô que demonstrava o seu amor incondicional a todo tempo e um marido que, se pudesse, comprava as estrelas do céu para dar a minha mãe.
Sou grata pelo privilégio de ter vivido 29 anos ao seu lado. Ele é inesquecível na vida de todos que passou e tenho certeza que deixou um pouco dele em cada um.
De sua filha, Jennifer.
Domingos nasceu em Monte Santo (BA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Rayane Urani, a partir do testemunho enviado por filha Jennifer Peixinho, em 10 de dezembro de 2020.