1930 - 2020
Para falar de Domingos, que sempre lembrem de Joana e da família que construíram em 72 anos juntos.
Domingos estava à beira dos 90 anos, mas ainda tinha muita força para brincar. Gostava de jogar dominó com a família, reunindo todo mundo sempre que podia. O problema é que ele detestava perder. E aqui vai um segredo: de vez em quando, deixavam ele ganhar só para vê-lo comemorando.
Ele passou a vida inteira em Água Branca, no Piauí, para onde se mudou quando era muito novo. Conheceu sua companheira de história quando ainda era menino. Casaram-se há 72 anos, imagina só. Ela se chama Joana de Sousa Reis.
Filhos, netos e bisnetos surgiram da união. Todos muito amados. Todos com muitas lembranças. No começo, a família passou por dificuldades financeiras, mas o casal lutou bastante e garantiu melhores condições para todo mundo.
Eram unidos de tal maneira que os dois foram acometidos pela Covid-19. Em ambulâncias separadas, viajaram para Teresina e foram hospitalizados. Não tinham contato com a família e sequer um com o outro, mas o fio de vida que interligava os dois era forte demais.
Se um melhorava, o outro melhorava. Se havia piora, tinha que ser para os dois. É como se um fosse o ponto de apoio do outro através daquela ligação de amor. Joana faleceu primeiro. Domingos aguentou pouco a saudade e também partiu. Estão juntos para sempre na lembrança, neste memorial e no céu. Como sempre.
Para conhecer a história de Joana, visite a página de Joana de Sousa Reis.
Domingos nasceu em São Pedro do Piauí (PI) e faleceu em Teresina (PI), aos 89 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Domingos, Janete Maria Silva Sousa. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Josué Seixas, revisado por Luiza Carvalho e moderado por Rayane Urani em 8 de junho de 2020.