1945 - 2020
Tinha um coração tão grande, que fazia sombra em qualquer defeito.
"Droziana Pica! A senhora não tem vergonha desse nome?", disse um interlocutor desconhecido do outro lado do telefone.
Qualquer um, sem força ou presença de espírito, ficaria irritado. Mas, não ela, que respondeu: "Tenho orgulho de ter o nome limpo e vergonha de incomodar os outros como você faz."
Tão verdadeira, que chegava parecer rabugenta, ao mesmo tempo que tinha um coração gigante.
“Com sua força, minha tia, você foi mãe da minha mãe, minha e dos meus irmãos. Te deixei sorrindo no hospital... Depois, quando o médico disse que nos veríamos apenas se você tivesse alta, pedi para que ele te dissesse que éramos todos muito gratos a você. E, sei que, mesmo inconsciente, você ouviu!
"Na hora daquele adeus terrível, sem rosto e sem tempo para despedidas, as falhas do sistema funerário saturado fizeram poesia”, desabafa o sobrinho Fabio.
Ela partiu deixando saudades e se foi com os últimos raios de sol.
Droziana nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo sobrinho de Droziana. Este tributo foi apurado por Karollina Mendes, editado por Andressa Cunha, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de julho de 2020.