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Dulce Meira Pereira

1929 - 2020

A "vovozinha" mais doce e forte que o Rio de Janeiro já conheceu. Dulce é luz.

Feito girassol, Dulce sempre foi em direção à luz. Ou melhor, ela é e continuará sendo luz para seus filhos e netos, que aqui relembram a imensidão de amor que a "vovozinha" emanou durante seus 91 anos vividos, cheios de bons momentos e carinho.

Dulce foi uma mulher de muita fé. Ir à missa era o que mais gostava, e não deixava de ir um domingo sequer. Orava por todos, e com ainda mais fervor pelos familiares. "Sempre se preocupava em ver sua família bem, com saúde, e rezava muito por nós", conta a neta Larissa.

Suas maiores paixões na vida foram os filhos. Mãe de Mônica e Márcio, Dulce teve o privilégio de ter dois netos: Larissa e Matheus. Dedicava ainda um carinho especial pelos sobrinhos, irmãs e pelo marido, único homem de sua vida. "A família era a sua maior paixão", relembra a neta.

Com todo seu carinho e amor, a "vovozinha" Dulce gostava de fazer cafuné. Era uma forma de demonstrar o tamanho do amor que existia ali, dentro do girassol de luz. E não havia uma pessoa sequer que não gostasse daquele cafuné.

Dona Dulce emanou luz em todos os momentos da vida, mas principalmente na comemoração de seus 90 anos. A festa teve a temática "Girassol", sempre indo em direção à luz. "Foi um dia muito especial para todo mundo", lembra Larissa, que ainda tem na lembrança aqueles momentos em que a avó se divertiu inteiramente: dançou, cantou, compartilhou bons momentos e esteve ao lado daqueles que mais amou.

Apesar de ter passado por momentos de dor e de luta, sempre se fez forte. Uma força que vinha de dentro, da sua luz. "A força que ela tinha era o que eu mais admirava nela. Até os seus últimos dias de vida ela lutou muito para sobreviver. Foi guerreira até o fim. E isso é um exemplo para todos nós", conta Larissa.

Dulce nasceu no dia 29, no ano de 1929, morou na casa de número 29, na Rua Meire (seu sobrenome). E muito além de coincidências, talvez destino, ela entregou seu amor mais puro e bondoso a quem amou. Hoje sua luz de girassol segue a acarinhar e a iluminar quem aqui ainda está e sente saudade da doce Dulce, a "vovozinha".

Dulce nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 91 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Dulce, Larissa Meira Gil. Este tributo foi apurado por Irion Martins, editado por Carla Cruz, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 19 de novembro de 2020.