1974 - 2021
Quando estava em casa, nada o fazia mais feliz do que apreciar o café da manhã com sua esposa e filha.
Os cafés da manhã eram muito especiais e ele fazia questão de prepará-los, enquanto a filha Mylena e a mãe permaneciam sentadinhas, observando os malabarismos dele na cozinha: sempre surgia com algum lanchinho que só ele sabia fazer. E então, os três saboreavam aquele momento mágico que ele não abria mão por nada no mundo.
Ederson era bondoso, generoso e embora tivesse poucos amigos, fazia de tudo por eles. Devido à profissão, viajava constantemente. Ele amava a estrada, era caminhoneiroe. Quando estava em casa, aproveitava para relaxar e tomar uma cervejinha, assistindo séries na TV.
Era um homem sereno, tranquilo, paciente e tinha uma visão muito clara das coisas, estava sempre à frente, ponderando sobre a necessidade de refletir antes de qualquer ação. “A gente tem que pensar bem antes de fazer as coisas pra não chorar pelo leite derramado”. Era o que ele costumava dizer, lembra a Mylena.
Excelente marido, pai e filho, Ederson sempre visitava os pais, e esse período que passava ao lado deles, era sempre regado de muitas risadas e histórias.
Mylena lembra com carinho do pai que era seu amigo e companheiro, que a guiava em cada passo que ia dar. Recorda as viagens que fizeram juntos, como a vez em que foram para Maragogi, em Porto de Galinhas, e o pai quase se afogou por ter colocado o colete salva vidas de forma incorreta. Foi um susto em num primeiro momento, mas depois virou motivo de riso e história pra contar.
“Ele era tudo pra mim. Meu ponto de apoio, meu porto seguro, o lugar pra onde eu sempre voltava.” Finaliza a filha.
Ederson nasceu em Terra Roxa (PR) e faleceu em Jaru (RO), aos 46 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Ederson, Mylena Toneto Deltrino. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Rosa Osana, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 17 de agosto de 2021.