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Edes Batista de Carvalho

1956 - 2020

Dos semáforos de São Paulo, era ele a quarta luz: a da esperança.

Ajudar o próximo sempre fez parte do cotidiano de Edes. Nas datas comemorativas, como um Papai Noel que coloria todo Natal com esperança. Nas datas mais cinzas, como um taxista que se movimentava nos congestionamentos do trânsito paulista semeando a perspectiva de futuro no outro.

A luz da solidariedade era tão forte que refletia de volta em toda a sua família, que desfrutava do aprendizado das mais belas virtudes com aquele que sempre foi um exemplo de vida.

Casado com Selma e pai de Eder, Danielle e Manuela, o amante de futebol também adorava passar as horas livres na companhia de Gabriel, seu netinho e sua personificação de paixão. Era nele que o paulista via o sinal verde para poder ser criança de novo e brincar com prazer e alegria tão grandes que contagiavam a todos. E era sempre assim. Ele vivia para fazer a família feliz e tornar cada momento especial com suas rimas e piadas.

Bananinha, como era carinhosamente chamado, foi um presente vivo, um presente que se doava a todos por conta própria. Quanto mais se fazia presente, mais falta fazia; quanto mais se gastava, mais o restava em toda a sua infinitude.

Edes nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Edes, Danielle. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Irion Martins, revisado por Didi Ribeiro e moderado por Rayane Urani em 10 de dezembro de 2020.