1961 - 2020
Negona era superlativo também nos gestos. Generosa, sabia perdoar como ninguém.
O corpo negro, alto e forte, que lhe rendeu o apelido carinhoso, carregava um coração gigante. E o espírito jovem de quem sabia sorrir pra vida.
Além da função de professora, Edinéia produzia e vendia salgados e quitutes, incluindo o “melhor canudinho da cidade”, segundo ela mesma.
Adorava reunir a família e os amigos, e cozinhar pra eles. Quando se tratava das netas Lívia e Bella, então, a avó coruja não poupava esforços pra agradá-las.
Aliás, se não estivesse ocupada dos afetos, dedicava-se a exercitar sua outra paixão: o vôlei. E marcava pontos dentro e fora da quadra. Como nas vezes em que abriu mão da própria rotina pra cuidar do pai do ex-marido em outra cidade.
“Isso me deixou orgulhosa e feliz, pela atitude, porque a relação que ela mantinha com meus tios era como se ainda fossem cunhados”, conta a filha Waldinea.
Edinéa nasceu em Fonte Boa (AM) e faleceu em Amaturá (AM), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Edinéa, Waldinea Avelino Ramos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mariana Quartucci, revisado por voluntário e moderado por Rayane Urani em 1 de junho de 2020.