1967 - 2020
Amante das artes e roqueiro de carteirinha. Um ser notável, que emanava alegria por onde passava.
Foi uma pessoa notável. Ao conhecê-lo, sua vida mudava: era inevitável sentir admiração por ele. Contava piadas, boas histórias e, com o seu jeito divertido e sincero de ser, destacava-se em qualquer ambiente. Tratava todos com muito respeito e carinho. Não à toa, fez amizade com muitas pessoas, que dele irão se lembrar com muito carinho e jamais vão esquecer que as festas e encontros só começavam quando ele chegava.
Paulista de nascença e cearense de coração, esse analista de sistemas era especialista na área, mas sua maior paixão, eram as artes. Adorava música, cinema e literatura. Tudo o que Eduardo fazia era, de alguma forma, relacionado a um movimento artístico. Devorava um livro com grande fervor, ou assistia a um filme até altas horas da noite. "As artes encheram a sua existência de vida", diz o filho Daniel.
Na companhia do filho, Edu maratonava seus filmes favoritos, entre eles a saga Rocky Balboa, Planeta dos Macacos ou os filmes do José Mojica Marins (ele adorava filmes de terror, principalmente os filmes do Zé do Caixão e do Drácula). Quando o assunto era música, suas maiores paixões eram bandas como Kiss e Queen. Fazia presença em vários eventos do Kiss e tinha duas tatuagens em homenagem à banda, pela qual era apaixonado desde criança.
"Eduardo encheu nossas vidas de amor. Marido amoroso e divertido, me tratava além de uma relação pai-filho: nós éramos melhores amigos. Participávamos de tudo juntos: shows, viagens e diversão. Tratava os meus amigos como amigos dele também. Muitos não acreditavam que, mesmo com a diferença de trinta anos de idade, meu pai sempre nos acompanhava em tudo. Até foi apelidado, pelos meus amigos, de 'pai Edu'", conta o filho Daniel.
"Não perdi apenas o meu pai, mas também meu melhor amigo. A pessoa que eu podia contar tudo; e que me contou tudo: todas as jornadas, todas as aventuras. Ensinou-me o que é arte, cultura, amor e comédia; talvez, tudo isso junto. Foi a pessoa que mais me incentivou a cursar Cinema, nossa grande paixão. Sempre conversávamos sobre meus futuros projetos. Isso também ficará na memória e, com certeza, meu pai sempre servirá de inspiração para mim. Vou continuar contando suas histórias, para que nada seja esquecido."
"Até hoje chove muito em Fortaleza. Sei que a metáfora da chuva soa como um clichê, mas essa cidade não era a nossa; você a adotou e a transformou no nosso lar. Por isso, a cidade também chora a sua partida", finaliza o filho.
Eduardo nasceu em Santos (SP) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Eduardo, Daniel Sobral da Silva. Este tributo foi apurado por Viviane França, editado por Letícia Fortes, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 15 de junho de 2020.