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Elienai Júlia da Silva

1955 - 2020

"Tá ruim agora, mas mês que vem melhora", dizia ela.

Uma mãe esplêndida e uma esposa exemplar durante os quarenta e seis anos do matrimônio que lhe deu seus três filhos. Sempre cuidou de todos com muito amor e carinho, era uma mulher forte e com uma determinação espetacular.

Elienai nasceu numa família humilde e com muitos princípios, dos quais nunca se desviou até seu último suspiro. Era dona de um sorriso encantador e adorável por excelência, irradiava alegria por onde passava. Passou por tantos momentos de tensão na vida, mas jamais permitiu que isso afetasse o seu sorriso. Por isso, passava por tudo nos fazendo crer que acabaria bem.

Ela sempre usava a mesma frase, que resume bem o que Maria Amélia, a filha caçula, conta sobre sua mãe: "Tá ruim agora, mas mês que vem melhora".

"Mãe, se eu soubesse que seriam meus últimos dias com a senhora (naquele hospital), teria ficado muito mais tempo ao seu lado, fazendo você rir e, por alguns instantes, fazendo com que esquecesse de tudo que estava passando", diz Maria Amélia.

Sua passagem na Terra ensinou a todos que, com amor e com fé, podemos tudo vencer e que em tudo há um propósito. Porém, deixou uma saudade imensa.

"Os nossos natais nunca mais serão os mesmos sem a nossa 'Mamãe Noel'. Seus cabelos brancos, que encantavam as pessoas na Terra, hoje enfeitam o Céu, e é por isso que, ultimamente, o jardim celestial está muito mais enfeitado e reluzente", conclui a filha.

Elienai nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em Guarulhos (SP), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Elienai, Maria Amélia da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Mateus Teixeira e moderado por Rayane Urani em 10 de novembro de 2020.