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Eliene de Jesus Silva

1973 - 2021

Divertia-se compartilhando memes e pregando apelido nas pessoas.

LN — era como ela gostava de escrever o próprio nome. Mulher letrada, vaidosa e amante da vida, ela deixou como marca sua inteligência e o amor que nutria em relação ao estudo.

Ela não almejava o conhecimento só para si e incentivava todos da família a estudar, a buscar seus sonhos e sua estabilidade. Dava o seu exemplo: superou obstáculos para conseguir sua formação e, não sem eles, graduou-se em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC, na Bahia; depois, fez sua pós-graduação e, por fim, obteve o título de Mestre em Língua Portuguesa, no ano de 2019.

Trabalhava como professora nos municípios de Gandu e Teolândia e sempre confiou na educação. Tinha orgulho de ser apaixonada pela profissão e possuía a habilidade de fazer as pessoas sentirem-se bem e acreditarem em si mesmas.

Conta a sobrinha Taylane sobre a tia: “Além de professora, foi uma boa filha, irmã, tia, amiga e, acima de tudo, Eliene foi sorriso. Carismática e irreverente, promovia uma bagunça, uma alegria absurda por onde passava. Grandes amizades e amor pela vida nunca faltaram para essa mulher tão especial e que nutria tantos sonhos...“

Caroline, também sua sobrinha, fala de sua admiração pela tia: “Uma mestra muito respeitada e valorizada no seu âmbito de trabalho, deixou isso como seu legado. Amava trabalhar e realizar seus objetivos, fosse na sala de aula ou fora dela. Sempre realizando tudo com muito amor e força de vontade”.

Nunca desistiu das batalhas da vida, e também soube desfrutar o que de bom ela lhe trazia. Amava viajar e sentir-se livre como um pássaro. Conhecer novas pessoas, novos lugares era uma de suas maiores paixões.

Eliene era ela aquela que fazia um pouquinho de tudo; colocava apelido em todos, compartilhava memes e fazia qualquer palhaçada que fosse necessária para alegrar um ambiente. Sua risada era indescritível! Para a família era um poço de amor, felicidade, alegria. Muito prestativa, estava sempre pronta para estender a mão, a qualquer momento, para todos que precisassem de sua ajuda.

“Uma tia e amiga que jamais será esquecida. Era amada por todos — não tinha como não amar a pessoa que ela era. Agradeço por tudo o que fez por nós”, diz Caroline com gratidão.

Com sua partida, ficam as memórias eternas de sua presença — como a saudade de suas risadas, que parecem ecoar cada vez mais alto no infinito. Para Caroline ela deixou também “a certeza de que a vida deve ser vivida sem amarras, sem medos e sem tristeza"; e, em nome da família, despede-se: "Você estará para sempre em nossos corações. Deixamos um 'até breve', com a certeza de que um dia voltaremos a nos encontrar”.

Eliene nasceu em Gandu (BA) e faleceu em Itabuna (BA), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelas sobrinhas de Eliene, Taylane Silva G. de Souza e Caroline Silva Rodrigues. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 24 de setembro de 2021.