1953 - 2020
Foi professora em sala de aula e também na vida, compartilhando seus ensinamentos.
Foi uma mulher incrível, que tinha como virtude o amor ao próximo.
Amava cuidar de sua família, dos amigos e até mesmo de quem não era tão próximo assim. Tinha um jeitinho só dela. Era, de fato, a personificação do amar ao próximo. Ela mesmo dizia: “Quem não nasce para servir, não serve para viver”. Também amava cuidar dos animais.
Sua grande paixão era cozinhar. Ela adorava... havia um prato muito famoso que fazia com que todos se reunissem em sua casa: a "Galinha Dominical", como foi apelidada a iguaria. Amigos vinham de longe só para comer essa famosa galinha, era uma verdadeira saga. Isso, sem falar dos lanches da tarde. Ela adorava prestigiar sua família com bolos, doces e um bom café feitinho na hora. Sentia orgulho em cozinhar para quem ela amava. Sempre muito divertida, adorava contar histórias aos parentes e amigos da igreja, que também iam a sua casa.
Foi uma mulher feliz. Na época em que costumava ir aos encontros da mocidade, era bem namoradeira. Até que entrou em sua vida o senhor Manoel. Casaram-se e, como eram muito felizes, decidiram aumentar a família. Adotaram Luana e Luan.
Seu coração era gigante, Luana já era da família, era sua sobrinha, mas o amor falou mais alto - adotou-a como filha.
Era uma mulher bastante religiosa, evangélica.
"Em um momento em que eu estava prestes a ser expulsa de casa, devido a minha orientação sexual não muito clara para a minha família, ela me olhou nos olhos e disse que me amava e que nunca deixaria de me amar; não importava o que eu fosse ou gostasse. Naquele momento, tive certeza que ela nunca iria me desprezar, nem deixar de me amar. Soube, acima de tudo, que eu poderia contar sempre com ela. Eu estava segura de que, mesmo fora dos preceitos de sua religião, ela sempre me amaria”, relembra Luana.
Foi enfermeira e professora. Agora entende-se o motivo de amor ao próximo e o cuidado que tinha com as pessoas. E cuidar também é ensinar: ela não ensinava somente aos seus alunos, mas também dava uma lição de vida, de como ser feliz.
Certamente será lembrada por ter sido essa mulher linda, de uma doçura inigualável e um amor maternal contagiante. Dona Eliude foi um exemplo de mulher e de pessoa.
Eliude nasceu em Paulista (PE) e faleceu no Recife (PE), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha-filha de Eliude, Luana. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Priscilla Romana Fernandes, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 10 de junho de 2020.