1962 - 2020
Zeloso em todos os momentos, Evandro espalhava amor desde os gestos mais simples do dia a dia.
Marido da Ana Cristina, pai da Larissa e do Pedro Henrique, Evandro fazia de tudo por essa família. Demonstrava o seu amor desde os gestos simples, como levar o doce preferido dos filhos ou garantindo a segurança deles ao buscá-los na faculdade à noite. Abraçava o sonho de cada um como se fosse seu e tinha orgulho de cada conquista.
Começou a trabalhar aos 18 anos na praça do pedágio e nunca mais parou. Pelo conforto e bem-estar da família, chegou a trabalhar em três empregos simultaneamente. Nas horas vagas, arrumava um tempo para assistir filmes, cozinhar a famosa salada de batatas e ainda descobriu uma paixão pela marcenaria.
Evandro era tímido só no início. Quando conhecia as pessoas, brincava e fazia piadas, tirando um sorriso de todo mundo.
Também era distraído e esquecido. Certa vez, combinou com a família de sair para comer e todos chegaram no lugar e hora combinados. Ele também, porém no shopping errado.
Cada momento em família tinha um significado especial. As manhãs começavam iluminadas pelas conversas. Primeiro, deixava a esposa e filho na estação de trem, a próxima parada era na faculdade da filha e só então seguia para o trabalho, tudo para garantir o conforto e a segurança dos que amou. Já à noite, quando chegava do trabalho, batia na porta com um sorrisinho no rosto para dizer “oi”.
“Nós tínhamos e temos ainda muito orgulho do ser que ele era, dos seus valores de integridade e justiça que fez muita questão de passar para gente ao longo da vida. Tudo que ele mais queria era que fossemos pessoas que prezam sempre pelo bem-estar não só nosso, mas também dos outros. Obrigada por ter feito tanto por nós, que honra ter sido sua filha”, conta Larissa.
Evandro vem do grego e significa “homem bom”. Ele sempre gostava de lembrar isso, mas não era necessário verbalizar: Evandro honrou seu nome em suas atitudes. Como contador, por exemplo, se achava algo errado ou que não estivesse dentro da lei, logo pulava fora, mesmo que isso pudesse prejudicá-lo financeiramente.
Pai, marido, irmão, amigo, contador e professor que deixou marcas em cada um durante a vida e sempre será lembrado pela integridade e senso de justiça. Uma pessoa querida e amada, um ser humano incrível que movimentou uma grande rede de amor e carinho.
Evandro nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Evandro, Larissa. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Jéssica Avelar, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 25 de junho de 2020.