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Francisco Gomes de Lima Filho

1965 - 2020

Mestre Tim chamava os amigos, filhos e colegas de trabalho de “campeão”. Era a sua marca.

Filho de Francisco Gomes de Lima e Maria da Conceição de Oliveira de Lima. Era casado e tinha nove filhos: Newton, Nailton, Nargila, Nicolas, Lívia, Caio, Isabelle, Pedro Jorge e Bianca.

Mestre Tim, como era carinhosamente chamado, morou em várias cidades do Brasil, pois trabalhava como mestre de obras. Apesar da distância, buscava ser um pai presente e, sempre que conseguia uma folga, férias ou assim que finalizava uma obra, partia rumo a Fortaleza para ficar junto dos seus. Quando não era possível, era pelo telefone que mantinha os laços e a presença junto à família.

“Desde muito cedo começou a trabalhar pra levar o sustento pra casa, encontrou na profissão sua maior alegria. Como gostava de ver os grandes edifícios que ajudou a construir!” Conta a nora Ana Renata, casada com o primogênito Newton.

Em seus últimos anos, Mestre Tim prestou serviços para a empresa Albuquerque Engenharia e realizou o sonho de ver a conclusão do edifício Via Tower, em Rio Branco, no Acre. Orgulhava-se tanto de seu trabalho, que era comum enviar vídeos e fotos para a família. Em um deles, estava em uma das duas torres, a Torre Norte, concretando a lage de cobertura, no 17º andar.

Quando não estava trabalhando, estava deitado em sua rede assistindo a algum filme. Sua marca registrada era chamar os amigos, filhos e colegas de trabalho por “campeão”.

Gostava de cantar uma música da dupla Zezé di Camargo e Luciano: "Eu não vou negar que sou louco por você. Tô maluco pra te ver. Eu não vou negar...", a música expressava bem a saudade que sentia dos filhos — distantes fisicamente, mas próximos no coração!

Sempre esteve preocupado com os filhos, atitude de carinho demonstrada no último áudio enviado por um aplicativo de mensagens. “Newton, meu filho. Papai ama vocês, não esqueça nenhum dia. Te amo. Amo vocês todos. Vou sair dessa. Tchau, tchau”.

Francisco nasceu em São Gonçalo do Amarante (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela nora de Francisco, Ana Renata Soares Lima. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 12 de outubro de 2020.