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Francisco Marcelo Souza Rosas

1965 - 2020

O boné escondia a carequinha de um pai amoroso, devoto do Chico, o cachorro.

Francisco Marcelo era afeito a tecnologias, tinha pensamento metódico e um jeito organizado de levar a vida. Mas nem por isso era uma pessoa sisuda; pelo contrário, tinha a alma leve e prezava sempre pela harmonia entre as pessoas. “Fiquem em paz, deixem as besteiras pra lá", costumava dizer.

Marcelo, como era conhecido, gostava de andar de moto, preparar churrasco, tomar uma cervejinha e ver televisão.

Sua risada era marcante, assim como sua carequinha, que propositalmente cobria com o boné do Remo ou do Flamengo, seus times do coração.

Era zeloso e conselheiro das filhas Marcela e Juliana. Recentemente, saiu no meio de uma noite chuvosa para levar até elas uma pizza que ele mesmo havia preparado. Por trás da máscara, Marcela garante que viu a expressão sorridente do pai. “Obrigada, pai, pela pizza deliciosa e por esse último encontro.”

Também era apaixonado pela companheira Amazonina Reis, que foi incansável e com cuja lealdade contou até nos dias mais difíceis. Tinha grande afinidade com os enteados Rodrigo e Renan, por eles nutrindo sincero carinho.

Marcelo tinha também amor pelos animais, mas era devoto do cachorro Chico, com quem tinha uma ligação sobre-humana. Era caricato vê-lo com o filhote no colo, pareciam se entender.

Francisco nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Francisco, Marcela Oliveira Rosas. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Gabriele Ramos Maciel, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 30 de maio de 2020.