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Gabriel Victor dos Santos Crovato

1995 - 2021

Fazia as pessoas acreditarem na capacidade de ir atrás dos próprios sonhos.

Gabriel era uma pessoa extremamente alto astral, daquele tipo que não conseguia ficar parado e até implicava com os cochilos da esposa Isabella depois do almoço, porque achava que poderiam estar fazendo alguma coisa nesse tempo.

Ele amava viver e estava sempre disposto a ajudar, fosse a mãe no jardim, o pai na cozinha, a esposa com sua mania de limpeza e os amigos, às vezes até em detrimento de petições que tivesse para protocolar ou aulas que tivesse de assistir nas duas pós graduações que fazia e que demandavam que ele ficasse até de madrugada fazendo as suas próprias coisas.

Todas as pessoas que conviveram com Gabriel tem alguma história engraçada para contar a seu respeito ou do quanto ele embarcava no sonho das pessoas, por mais irreal que fossem, como por exemplo, se uma pessoa chegasse até ele e falasse que queria estudar para se tornar o médico que descobriria a cura do câncer, ele faria essa pessoa acreditar que seria capaz de realizar esse sonho.

Era muito otimista e a esposa conta com carinho: “O que mais sinto falta dele, é escutar ele falando "Bellinha, não desespera, vai dar tudo certo" e a maior gratidão é por ele ter me feito enxergar que sou capaz de tudo e qualquer coisa que me propuser a realizar”.

O casal conviveu por quase seis anos e tinha apenas três meses de casado. Sonhavam juntos com várias conquistas profissionais e desejavam ter vários filhos e cachorros no futuro. Gabriel levava uma vida saudável, não bebia e nem fumava.

O primo Matheus também participa dessa homenagem dizendo: "um exemplo de ser humano. Filho, marido e amigo sem igual. Se preocupava e tinha um carinho imenso com todos. Advogado recém formado, lutava por aquilo que acreditava: "um mundo realmente mais justo". Deixa por aqui saudades, lembranças e laços que o tempo não apaga. Continuará vivendo em todos aqueles que cativou”.

Isabella expressa sua gratidão por tê-lo tido como parte de sua vida: “Eu não acredito que perdi o amor da minha vida, que amava a vida, por culpa do contágio desenfreado que aconteceu em nosso país... Amor, quero te agradecer por ter vivido com tanta intensidade e empatia os seus 25 anos de vida. Obrigada por ter me amado e por ter me deixado com pessoas que cuidam tão bem de mim. Eu, seus pais, seus irmãos e seus amigos sentimos muitas saudades das suas palestrinhas, mas saiba que todos nós tentamos ser pessoas melhores, que se doam mais ao próximo, para fazer jus à sua memória”.

Gabriel nasceu em Juiz de Fora (MG) e faleceu em Uberlândia (MG), aos 25 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa e pelo primo de Gabriel, Isabella França Gomes Medeiros e Matheus Alexis Teixeira dos Santos. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 2 de abril de 2022.