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Geluter Maria Alves Garcia

1957 - 2020

Lulute era caprichosa em tudo que fazia. Seus doces eram sem igual...

Geluter: “Que nome é esse? Gerusa? Gertrude?” Quase ninguém conseguia de primeira, pronunciar seu nome corretamente. Quando tinha apenas dois anos de idade, arrumou seu próprio apelido: “Como você se chama? A resposta foi Lulute”. E assim, toda família e amigos de infância, a chamaram de Lulute, Lute, ou simplesmente Ge. “Conta a lenda que seu nome foi escolhido por um jornal, que meu pai leu na época”, relatam seus irmãos, Heloisa e Eduardo.

Foi a filha mais velha de um total de nove irmãos. Ajudou sua mãe a olhar os irmãos mais novos. Quando cresceu, foi morar em Belo Horizonte, para trabalhar e estudar.

Começou a trabalhar ainda na juventude, como manicure. Logo depois, passou no concurso da Caixa Econômica Federal, em Goiânia, onde ficou até os sessenta anos de idade. Adorava tanto seu trabalho, que não gostou da aposentadoria. Mas, não ficou parada, dedicou-se inteiramente a culinária após a aposentadoria, que aconteceu há menos de dois anos. Fazer bolos e doces era sua maior paixão, seu dom maior.

Criou um perfil no Instagram chamado @lulutedoces. “Cada bolo era um prazer, e nunca um sacrifício. Não houve torta ou bolo melhor. Tinha sempre encomendas de amigos e familiares para tortas de aniversário, e outras sobremesas deliciosas. Era apaixonada pela culinária, tudo que fazia era com amor e um capricho sem igual. Ai que saudade das suas gostosuras...”, relembram seus irmãos.

Casou-se perto dos quarenta anos de idade, e realizou o sonho de ter duas lindas e preciosas filhas: Izadora e Jordana.

Lute era muito amada. Após contrair o vírus, os irmãos comentam o quanto as pessoas quiseram ajudá-la: “Fizemos campanha nas redes sociais para conseguir o plasma, e o banco de sangue recebeu ligações o dia todo para doações de plasma para Geluter, de tão querida que é.”

Geluter deixa um legado de cuidado, amizade, capricho, dedicação, religiosidade, e muito amor. “Como está fazendo falta. Sempre em meus pensamentos, lembro das coisas engraçadas que falava e como gostava de saborear as comidas. Dizia com a boca cheia: ‘Nossa, mas está gostoso...’ Soube cativar as pessoas e fazer bons amigos por onde passou. Houve muito amor e respeito entre os irmãos, que sempre sentirão saudades.”, relatam os irmãos, emocionados.

Duas palavras que definiram a vida de Geluter: zelo e carinho. Definitivamente, ela foi excepcional, única, sem igual... até mesmo no nome.

Geluter nasceu em Patos de Minas (MG) e faleceu em Goiânia (GO), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelos irmãos de Geluter, Heloisa Alves Garcia e Eduardo Alves Garcia. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Marcela Matos, revisado por Lícia Zanol e moderado por Rayane Urani em 20 de agosto de 2020.