1929 - 2020
Mulher forte, criou muitos filhos. Adorava contar causos, cozinhar e costurar. Seus laços são de aço.
Ela era uma mulher muito forte, tanto que se autodenominava "garotona de aço". Era a matriarca da família Maciel, e também fazia jus ao significado do seu nome. Gertrudes significa “lança de força” e ela era, afinal, o alicerce que respaldava todos.
Cidadã groairense, viúva, criou quatro filhos de sangue: Emanuel e Frasquim (já falecidos), Ortência e Orlanda. E muito outros, a quem ajudou a criar, também a chamavam de mãe por ali.
Gertrudes era muito receptiva e atenciosa, acolhia muito bem todos que chegavam. Adorava conversar e contar histórias. Sempre quando chegava ao meio de um causo, fazia uma pausa dramática e dizia: “Aí, viu?”. Era tradição, não podia faltar. Só depois é que ela continuava com a história.
Cozinheira de mão-cheia, fazia tudo muito bem e gostoso. Nos aniversários dos familiares, o bolo e os pastéis eram de responsabilidade dela. Para a festa ficar completa “tinha que ter balões e presentes”, como conta a filha Orlanda.
Muito saudável, tinha o hábito de acordar bem cedo para varrer a frente da casa e aguar as plantas. Trabalhava como costureira e não media esforços para ajudar quem precisasse.
Ela deixa, além dos muitos filhos, seis netos: Diego, Tiago, Diana, Yago, Yasmin e Geovana; e três bisnetos: Vitória, Tiago Filho e Catarina.
Por entre linhas e agulhas, como fazia tão bem, costuram-se agora palavras, histórias e as lembranças de Gertrudes. Aí, viu?
Gertrudes nasceu em Groaíras (CE) e faleceu em Sobral (CE), aos 90 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Gertrudes, Orlanda Maria Maciel. Este tributo foi apurado por Carla Cruz, editado por Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 28 de julho de 2020.