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Gildália Macedo Souza

1931 - 2020

"Ela era a nossa flor, Dália, símbolo de harmonia e gentileza."

A neta Ticiana conta que a casa da avó "mais parecia uma pensão". Era assim que Gildália gostava: casa cheia, cozinhar para a família toda e disposição para receber bem. Era uma ótima anfitriã. "Eu sempre ligava perguntando o que tinha pra comer... Ela passava todo o cardápio", conta a neta, sorrindo, e arremata: "É porque ela sabia que eu amo comer!"

"Tinha mania de nos dar escondido uma pequena quantia em dinheiro", relembra Ticiana, de maneira divertida. "Parecia que ela estava passando algo ilícito pra gente", tamanho era o cuidado em disfarçar o agrado feito tanto com esforço.

Vivia para a família... Vivia para o marido, que viu partir vítima de câncer, e para os 6 filhos, 13 netos e 8 bisnetos.

Quando jovem, Gildália trabalhou com amor como manicure e adorava atender sua clientela rica e chique. Seu sonho era ver todos sempre felizes. "Quem conheceu minha avó, conheceu a pessoa mais linda e especial. Ela era pura, sincera, verdadeira, singela... um amor de pessoa. Era nossa flor, Dália!", finaliza Ticiana.

Gildália nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Salvador (BA), aos 89 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Gildália, Ticiana Souza Batista Rios. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 16 de novembro de 2020.