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Gilmara Loiola Vasconcelos

1989 - 2020

De sorriso largo e coração generoso, iluminava os dias dos irmãos com seu amor desmedido.

Dona de uma bondade que trazia ainda mais cores à sua beleza natural, Gilmara era capaz de dar a própria vida para proteger aqueles que amava. A irmã, Geovana, lembra-se dos churrascos organizados por ela com esmero e alegria, das sessões de cinema em casa, nas quais não podia faltar um bom romance, uma deliciosa comédia ou um eletrizante filme de ação.

Geovana e Gilmara eram mais que irmãs, eram companheiras, melhores amigas e confidentes. “Minha irmã era tudo pra mim, ela me ajudava em tudo que você pode imaginar. O que eu não contava pra minha mãe, eu contava pra ela. Eu me sentia muito bem quando estava perto dela e hoje posso dizer que ela foi minha mãe, foi minha irmã, foi tudo pra mim. Tudo dela era comigo, tudo que eu queria era com ela. Ela fazia até o que não tinha vontade pra me fazer feliz.”

Além de adorar os filmes românticos, Gilmara também era uma grande fã de músicas sertanejas, principalmente aquelas que contam lindas histórias de amor. A música era sua grande companhia; todos os dias, quando chegava do trabalho, a primeira coisa que fazia ao entrar em casa era ligar o som para curtir seus cantores e cantoras preferidos.

Gilmara trabalhava na parte administrativa de uma agência da Receita Federal. Quando começou a corrida às agências em busca de regularização de documentos – neste caso, do CPF –, ela fez questão de auxiliar os colegas encarregados desse trabalho ao vê-los tão apurados com o movimento fora do padrão. “Ela não tinha nenhuma obrigação de fazer isso; mas estava ali firme conosco, todos os dias, atendendo o público com a maior paciência e boa vontade do mundo!”, conta a amiga Juliana.

“Quando o irmão, Gilvani, adoeceu e teve o diagnóstico equivocado de dengue, Gilmara não se conformava em ver que o irmão não melhorava, tendo, inclusive, que ser internado. Ela dizia que trocaria com ele de lugar se fosse possível, porque ele tinha família e filhos, e ela ainda era solteira. Minha amiga linda era assim, fazia qualquer coisa para ajudar aqueles que amava”, lembra Juliana. Graças às muitas orações da família e amigos, mais os cuidados médicos corretos, Gilvani ficou curado, teve alta e voltou para casa.

Os pais, dona Maria Antônia e sr. Gilberto nem conseguem acreditar que sua querida filha foi iluminar o céu com seu sorriso largo, seu coração perfeito e seu jeito doce. A família une-se na dor da saudade para continuar entre os que ficaram praticando o amor, a generosidade e o afeto. Assim, a memória de Gilmara será honrada; e suas lembranças – apenas momentos de muito carinho e alegria –, hão de ir apaziguando os coraçõezinhos apertados. Devagarinho a dor da perda vai virando saudade.

Gilmara nasceu em Forquilha (CE) e faleceu em Forquilha (CE), aos 31 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga e pela irmã de Gilmara, Juliana Albuquerque Barroso e Maria Geovana Vasconcelos Loiola . Este tributo foi apurado por Ana Macarini, editado por Ana Macarini, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 8 de outubro de 2020.