1995 - 2021
Muito musical, ele arranhava o violão, tocava violino, arriscava-se no teclado e gostava de percussão.
Guilherme era o caçula. Em seus vinte e cinto anos de existência, deixou sua marca como uma pessoa gentil, paciente e dono de uma escuta amorosa sem igual. Acolhia as pessoas de forma tão genuína e intensa que a irmã Denise o define assim: “ele foi um anjo que Deus emprestou para esse mundo e à nossa família no dia dois de junho de mil novecentos e noventa e cinco”.
Filho de Ana Rita e Gregório, conviveu de forma harmoniosa com as irmãs mais velhas Denise e Fernanda. Teve tempo também de ocupar o papel de tio da Marissa, a quem dedicou muitos abraços e gestos de carinho.
Na energia da juventude, e em sintonia com seu tempo, sempre gostou de computadores e tecnologia. Assim, sua trajetória estudantil não poderia ser diferente. Estudou no Colégio Santos Anjos e depois no Colégio Técnico de União da Vitória (Coltec). Um pouco mais tarde, formou-se em Informática de Gestão no Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv).
Responsável e dedicado, logo começou a trabalhar na Polícia Militar de Porto União como agente temporário no setor administrativo e informática. Com 23 anos, pela primeira vez, deixou o Paraná e foi para a capital paulista, na busca por mais conhecimentos. Em quarenta e cinco dias, usufruindo de uma bolsa de estudos, conquistou sua primeira Certificação em Segurança Digital pela Trend Micro. Na volta, passou a morar com a irmã Denise, o esposo e a filha do casal, a amada sobrinha Marissa.
Denise conta que Guilherme “arranhava um violão, sabia tocar violino, se arriscava no teclado e também gostava de percussão”. Quando ouvia música, Guilherme, com seu ouvido apurado, reconhecia as batidas e timbres dos instrumentos. “Seu coração parecia bater no compasso do que estava tocando. Era absorvido pela melodia”, recorda saudosa a irmã.
Ele também gostava de cozinhar e trabalhar com massas. Vez por outra, ia para a cozinha e se aventurava no preparo de pizzas. A lasanha dele também era muito saborosa.
No tempo em que morou em Curitiba, Guilherme gostava de passear nos shoppings e saborear boa comida. Junto com Isa, moça que fisgou seu jovem coração, ele também gostava de visitar a Praça das Nações no Alto da XV, de onde, lado a lado contemplavam o pôr do sol. Já na Praça do Japão, os dois gostavam de caminhar, observar a paisagem e jogar conversa fora. O bom era “ficar lá, fazendo nada” como diziam.
“Meu irmão tinha muitos desejos e planos, os quais, no dia 17 de março, nos seus 25 anos, foram mudados por Deus, que resolveu chamar para perto dele novamente o nosso anjo. Em nós, deixou um vazio enorme e uma saudade que será eterna. Te amaremos para sempre!”, acrescenta Denise, em nome da família.
Guilherme, dono de muitos planos e sonhos, que tinha vontade de conhecer o mundo e foi um menino de sorriso tímido, porém de convivência fácil, segue vivo na lembrança dos vários amigos que fez por onde passava. Vive também na saudade amorosa de Isa, que teve a oportunidade de conhecê-lo e conviver com ele. Nas memórias guardadas com afeto e cuidado pela irmã Denise e pela sobrinha Marissa.
Guilherme nasceu em Porto União (SC) e faleceu em Curitiba (PR), aos 25 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Guilherme, Denise Pachesen Bollmann. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Ernesto Marques, revisado por Fabiana Colturato Aidar e moderado por Ana Macarini em 9 de outubro de 2023.