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Hilda de Abreu Barbosa

1924 - 2020

Costureira, bordou no tecido da vida cores alegres e vivas.

Era a doçura no olhar e, no coração, a generosidade.

Nascida no interior do Piauí, fez da sua casa um centro social. Dona Hilda investiu na vida das pessoas, reconhecia talentos e os apoiava, concedendo tudo o que precisassem para se desenvolver.

Com sua sabedoria, ensinava os adolescentes que amavam passar o tempo ao lado dela e, assim, colecionou uma multidão de admiradores no bairro.

Era presenteada com rosas e sua casa estava sempre com muitas flores, que refletiam a formosura que dona Hilda possuía em seu coração alegre e em seu espírito bondoso.

A sua casa permanece como um memorial ao serviço que prestou, onde as pessoas vão para fazer serviço social.

Como tia, foi carinhosa e zelosa. Era costureira e guardava em um caderninho as medidas dos sobrinhos, para confeccionar as roupas deles.

Deleitava-se nas coisas mais simples. Ficava emocionada com peças de teatro, jograis, poesias e musicais. Gostava muito de músicas evangélicas e cantores de vinil.

Dona Hilda, movida pela fé cristã, doou de si mesma, abençoando a vida de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la.

Na última vez que esteve com a sobrinha Adna, deu a ela um vidro de castanha-de-caju assada e disse: "Para você se lembrar de mim." Ainda mais doce que a castanha, era o seu olhar, que está eternizado no coração de todos os familiares, amigos e admiradores.

Hilda nasceu em Monsenhor Gil (PI) e faleceu em Monsenhor Gil (PI), aos 96 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Hilda, Adna de Abreu Rodrigues Teixeira. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Tayla Gomes de Souza, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 24 de dezembro de 2020.