1971 - 2020
Com suavidade na voz e um sorriso iluminado no rosto, era como uma doce e amável criança.
Isaurinha ou Ya, como era chamada pelos familiares, era uma menina pra lá de especial. Sua mentalidade era comparável à de uma criança de 5 anos. E era feliz assim. Uma pessoa iluminada, que nunca reclamava de nada, exceto quando estava distante da mãe.
Daniele, a irmã, conta que mesmo quando, por complicações da diabetes, ela perdeu a visão por seis meses, nunca reclamou. Ela voltou a enxergar após cirurgias nas retinas.
Além de um amor profundo e maior que tudo pela mãe, Isaurinha gostava muito de bonecas, da comidinha da mãe e de ver TV, não necessariamente nessa ordem, mas eram essas as coisas mais importantes para a mulher-menina considerada um anjo por todos que a conheciam. Na verdade, o que ela assistia diariamente era um dos telejornais, pois queria mesmo era ver a Maju Coutinho. Não falhava um dia!
Também adorava a madrinha e as viagens para a casa da irmã, em Limeira, interior de São Paulo.
Vaidosa, gostava de arrumar os cabelos e, ao acordar, pedia logo para a mãe lhe dar um banho. Amava cremes, perfumes e roupas. Queria estar sempre arrumada e cheirosa.
Por causa da idade, identificava-se demais com os sobrinhos pequenos, Miguel e Rafaela ─ eram todos crianças. "Para nós, ela foi sempre o bebê da família", conta Daniele.
As únicas reclamações que saíram da boca de Isaurinha foram quando esteve longe da mãe, durante a internação. Pedia muito para vê-la e queria as comidinhas de Dona Ceci, de 78 anos.
Em nome de toda a família Jesus Campos Carrara, Daniele homenageia a irmã e conta que todos sentem um enorme vazio e saudades de seu sorriso iluminado.
Isaurinha virou uma estrela e agora deve estar brincando de casinha e de boneca com os anjinhos que conheceu na morada celestial.
Isaura nasceu em Itainópolis (PI) e faleceu em São Paulo (SP), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Isaura, Daniele de Jesus Oliveira Carrara. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 13 de janeiro de 2021.