Israel Ferreira da Silva

1961 - 2021

Acreditava que somente a educação tem o poder de formar cidadãos protagonistas de seus Direitos e Deveres.

“Um educador nato”, assim o definiu Alfredo Bosi, membro da Academia Brasileira de Letras na inauguração da Sala de Leitura com seu nome, na escola em que Israel era diretor em 2016, e despediu-se dele beijando-lhe a face e afirmando que, nem em sua posse na ABL, tivera sido tão feliz.

Israel foi um diretor escolar no Jardim Ângela, um dos bairros mais violentos da cidade de São Paulo. Trouxe ao distrito a primeira escola de ensino integral e afirmava que as alunas seriam as mais beneficiadas com esse modelo educacional, pois evitaria que elas fossem lançadas compulsoriamente ao trabalho doméstico e o cuidado com os irmãos menores.

Em seu trabalho contava com o apoio dos alunos, seus responsáveis e a comunidade local, que ao perceberem seu empenho e trabalho quase ininterrupto, viam em sua pessoa a possibilidade de uma educação redentora e formadora de cidadãos conscientes.

Ele acreditava que todos os equipamentos públicos próximos deveriam se comunicar e logo criou uma rede de proteção aos discentes que abrangia Conselho Tutelar, Unidades de Saúde, órgãos de segurança e da sociedade civil.
Um de seus últimos feitos foi trazer para o bairro um Centro de Acolhimento para Covid-19, numa parceria com a ONG Parceiros da Educação em 2020, e que funcionou na Estadual Professor Luís Magalhães de Araújo onde Israel atuava como diretor.

Tal centro recebia pacientes positivados para Covid-19, mas assintomáticos. A ideia central do projeto era trazer esse paciente para a unidade de ensino, retirando-o por 14 dias do ambiente familiar com a intenção de prevenir o contágio dos demais membros da família.

Israel foi tão relevante na educação que, em dezembro de 2021, foi apresentado na Assembleia Legislativa de São Paulo, o Projeto de Lei número 845 que o homenageia, modificando o nome da Escola Estadual Jardim Capela IV para Escola Estadual Professor Israel Ferreira da Silva.