1974 - 2020
Mulher obstinada, não se abateu ante os desafios. Com o trabalho, família e amigos alcançou a alegria na vida.
Professora por necessidade, educadora por vocação e amor.
Descobriu logo cedo o amor pela arte do ensino. Acompanhou os passos da mãe, que também era professora com muito orgulho, e decidiu trilhar o mesmo caminho. Começou a lecionar aos 16 anos de idade e não parou mais. Era amada por seus alunos e respeitada pelos colegas de trabalho.
Ivanilda era a segunda de cinco filhos e tinha uma relação de amor e proximidade muito boa com os pais. Quando chegou sua vez de ser mãe, não decepcionou. Teve três filhos (Iara, Leonardo e Ionne) e fez tudo por eles. Criou os filhos nos princípios de amor e afeto que recebeu dos pais e sempre lutou para lhes dar uma boa qualidade de vida. Foi uma avó daquelas que mimava os netos, enchendo-os de presentes, e nunca deixou faltar o mais importante: sua presença. Durante vinte e cinco anos, dividiu a vida com Sérgio e, apesar das idas e vindas, uma coisa nunca foi dúvida: o amor que tinham um pelo outro era real.
Enfrentou um câncer na tireoide, correndo o risco de perder as cordas vocais. Com medo de não poder mais fazer o que amava, Ivanda se preparou para o pior. Fez um curso de libras, para não ter que deixar de lecionar. Como tudo na vida são aventuras, e tropeço também é passo, Ivanda venceu o câncer e, graças às aulas de libras, estava ainda mais preparada para fazer o que a movia, ensinar.
Batalhadora e esforçada, nunca desistiu. Depois do câncer, veio a hanseníase, mas a determinação e a força de vontade da querida professora falaram mais alto. Continuou lutando porque sabia que no final venceria e que a recompensa seria a vida, o que Ivanda amava e admirava.
Como boa geminiana do dia 12 de junho, tinha personalidade. Gostava de viver a vida do seu jeito. Estudava, trabalhava, mas também sabia se divertir com os amigos e curtir uma boa festa. Amava estar em família, mas não abria mão de uma confraternização com os amigos. Fã de sertanejo e de todas as músicas que falavam de um assunto que entendia bem: o amor. Adorava viajar e sempre que podia ia à praia. Intensa, nunca se abateu com as dificuldades da vida. Olhar para Ivanda era olhar para a vida. Marcada por percalços e dificuldades, mas sempre com um ar de que apesar dos pesares viver valia muito a pena.
Ivanda deixa saudade em todos que a conheceram. Os alunos sentem saudade da professora incrível que tiveram, e a família sente falta de seu bom humor e personalidade única. Aqui fica o carinho e afeto de quem sente saudade todos os dias, com o acalento de que Ivanda mudou muitas vidas com as armas mais bonitas que existem: a educação e o amor. Ela ficará eternizada pela linda jornada que construiu aqui e, de lá, seguirá olhando e cuidando dos seus, como boa educadora que sempre foi.
Ivanda nasceu em Crisópolis (BA) e faleceu em Crisópolis (BA), aos 45 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Ivanda, Ivania de Jesus Batista dos Santos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista , revisado por Acácia Montagnolli e moderado por Rayane Urani em 18 de março de 2021.