1967 - 2021
Considerava como o ápice de sua vida ter encontrado e se casado com Neide, o seu grande amor.
Ivan nasceu em Boqueirão, na Paraíba, e mesmo tendo se mudado para Brasília aos três anos de idade, manteve seu amor pela "terrinha" durante toda a vida.
No seu registro de nascimento, seu aniversário era no dia 17, mas sua mãe conta que tardou a registrá-lo e que, na verdade, ele nasceu mesmo foi no dia 12 de outubro, uma data linda por ser o dia de sua santa de muita devoção, Nossa Senhora Aparecida, e também Dia das Crianças, como num prenúncio da alegria, pureza e amor que conseguiu conservar mesmo quando adulto.
Em sua juventude era conhecido como Petinha ou Paraíba, o dono do chute de esquerda mais forte e potente e um grande artilheiro do Botafogo de Sobradinho. Apaixonado por futebol e pelo Botafogo, seu time do coração, transmitiu essa paixão aos filhos, sobrinhos e centenas de afilhados que teve.
Para sua esposa, Neide, ele dedicava elogios o tempo todo, e com os olhos brilhando dizia: "Minha linda mulher!". Apaixonado por ela, faziam tudo juntos. Tiveram os filhos: Jéssica, Jonathan e Jaqueline e eles também se tornaram sua paixão, fato que ele sempre dizia e demonstrava com tanta frequência e intensidade, que essa acabou virando sua maior marca.
Seu coração era tão grande que não bastava caber nele só a família de casa. Na Igreja ele acolheu muita gente, ao lado da esposa e, na Paróquia Santa Maria dos Pobres, no Paranoá, ele trilhou um caminho de muito amor.
No Encontro de Casais com Cristo os dois foram exemplo para muitos casais e eram tratados como "Tio Ivan e Tia Neide", sendo uma segunda família para quem os procurava. Mais tarde, entraram na Equipe de Nossa Senhora, participando de uma família com outros sete casais, onde Ivan era o brilho, a gargalhada, a alegria, as brincadeiras e o aconchego.
Como se estas participações não bastassem, teve ainda a iniciativa de ser coordenador dos Coroinhas e Acólitos. Ali, mais de 160 meninos encontraram no "Tio Ivan" um pai que muitas vezes não tinham. Brincava, mas também sabia aconselhar, mostrar o bom caminho e sempre abrir as portas de sua casa para recebê-los com muita comida e carinho e, assim, foi pai de muitos além dos seus filhos de sangue...
No trabalho, toda sua dedicação e amor fizeram com que seu primeiro emprego fosse o mesmo até o fim da sua vida. Nele começou como "Office Boy" e tornou-se Chefe de Sessão, numa jornada de 32 anos, salvo engano, na Vara da Infância e da Juventude, onde era muito respeitado e admirado pelos colegas e amigos que fez durante toda essa trajetória.
Conta a filha Jaqueline sobre o vozeirão grosso do pai: “Falando assim, nem parece que na primeira vista ele parecia bruto, com um vozeirão grosso e assustador. Mas só pela primeira vista. Aquele vozeirão escondia o esposo mais apaixonado que já vi, o pai mais carinhoso e acolhedor, o tio e "paidrinho" de muitos, o abraço mais gostoso do mundo e o brilho no olhar de quem só tinha bondade pra entregar”.
E ela arremata dizendo: “Gostava de pescar com os amigos, de assistir Fórmula 1 bem cedinho, de ver o Botafogo jogar e de fazer um churrasco aos domingos para os filhos e genros. Amava Nossa Senhora e sempre falava dela com brilho nos olhos. Esse foi e sempre será o meu amado pai!”
Ivanildo nasceu em Boqueirão (PB) e faleceu em Brasília (DF), aos 53 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Ivanildo, Jaqueline Ferreira Paulino. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 20 de abril de 2022.