1954 - 2021
A mulher paciente, alegre e forte, onde a arte pública de São Paulo começava.
As luzes se acendem.
O palco está vazio.
O espetáculo, respeitável público, não está ali. Está atrás das cortinas, atrás de uma mesa, atrás da tela de um computador, na parte administrativa do maior centro cultural da cidade de São Paulo, no setor de contratos.
O espetáculo, respeitável público, é o sorriso, a gentileza, a dedicação e a paciência de uma mulher forte e suave, uma servidora pública no melhor sentido dessa função. Uma mãe, avó, mestra e amiga fiel: Ivete.
Cada um de nós que se divertiu e se emocionou com um espetáculo público na cidade de São Paulo conheceu, mesmo sem saber, o trabalho da Ivete.
Cada aplauso oferecido e escutado no Centro Cultural São Paulo nas últimas décadas é ─ ou deveria ter sido ─ para ela.
Uma salva de palmas para sua vida, Ivete!
As luzes se apagam.
E já não é só o palco que está vazio.
Também a mesa, o computador e os nossos corações experimentam o vazio.
As mãos da Ivete sempre fizeram o show continuar. Nosso amor por ela, faz sua vida continuar, em nós.
Ivete deixa uma filha, Adriana, e três netas, Fernanda, Laura e Luiza. Ela se une, no infinito, ao filho Rodrigo.
Ivete nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela amiga de Ivete, Márcia Dutra. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Juliene Codognotto, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de janeiro de 2021.