1975 - 2020
Dona de um sorriso fascinante e de um amor incalculável.
Seu maior papel foi o de demonstrar afeto, era de longe o que mais chamava a atenção em Jacilene. A começar pela forma que se referia às pessoas, sempre com um apelido carinhoso na manga, dificilmente as chamava pelo nome. Ela também era conhecida de jeitos especiais, como Jaci ou Leninha, mas era motivo de discórdia ser chamada de Lica.
Essa professora que gostava de gente, tratava a todos como bebês precisando de carinho. Amante dos animais, de viajar e cantar na igreja, deixa de recordação a alegria que dela transbordava em tudo que se dedicava a fazer. Era assim com a família, com os amigos, na igreja e no clube. E seria com todo esse aconchego que só ela era capaz de demonstrar, que receberia a tão sonhada neta, a primeira que seu único filho, Emannuel, lhe daria.
Jaci estava construindo um novo capítulo na história com seu único marido, parceiro e companheiro, Sérgio. Prestes a sentir a neta nos braços, deixou de ser presença para se tornar uma grande inspiração como avó e pessoa.
“Estava empolgada com a vinda da neta, havia comprado muitas roupas, sapatos, laços... Agora o laço é aquele que iremos construir ao manter a memória dela e ensinar à neta o quão incrível a avó foi”, descreve a sobrinha Karine.
Sem dúvida ela não soltaria tão fácil a neta, já que adorava abraços. Mulher de muita fé, é possível que tenha recebido do Divino uma das maiores virtudes: o dom do amor. Era dessa forma que Jaci era percebida, o amor palpável.
Sua alegria também penetrava o cotidiano de quem cruzava com ela, não era fácil se manter indiferente com o sorriso cativante de Leninha. Ela modificava o caminho alheio, criava um atalho para o riso fácil, o bom humor e o entusiasmo.
Por tudo que Jacilene representou e representará para sempre, Karine se despede com o coração apertado e grato:
“Falar dela é falar de amor do início ao até breve. Em seus diversos papéis, dedicou a vida ao próximo sempre incansável em suas demonstrações de afeto, fosse como professora, pastora, mãe, filha, tia, irmã, amiga e como vovó. Por aqui, a saudade escorre pelos olhos a cada lembrança que são muitas e, em todas, reforçam a gratidão pelo privilégio de ter compartilhado a vida com alguém cuja alegria e amorosidade faziam com que acreditássemos que a vida tem os seus momentos de trégua. Por isso, se para quem tem fé a vida nunca tem fim, Jaci será eterna.”
Jacilene nasceu em Nova Era (MG) e faleceu em Brasília (DF), aos 44 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Jacilene, Karine Faustino. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Júllia Cássia, revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Lígia Franzin em 2 de abril de 2021.