1940 - 2020
O dentista Jacyr amava o belo: pintava, esculpia e cultivava bonsais.
Literatura, música clássica, pintura e escultura eram as paixões de Jacyr. Ele também esculpia bonsais e colecionava gatos. Seu amor era Eldemari, a esposa com quem compartilhou cinquenta e três anos de muita identidade, respeito, carinho e projetos de vida. "Ele representou para mim o grande amor da minha vida. Fomos muito felizes", diz ela.
Definido como uma pessoa culta e possuidora de grande finesse, podia discorrer horas sobre arte de modo geral. Discreto, elegante e charmoso, era também jocoso e brincalhão, claro, "de forma inteligente", emenda a sobrinha Renata. "Era meu tio muito amado", diz ela.
Para ilustrar o lado jocoso, Eldemari lembra de uma passagem. Certa vez, Jacyr realizou uma exposição chamada "Evanescências do Tempo". Um amigo perguntou a ele se pintava fósseis, ao que ele respondeu: "Não, é autorretrato".
O que deixou a sobrinha Renata chocada foi a forma como ele se foi. Enquanto a esposa estava internada, também por covid-19, Jacyr, que estava infectado veio a falecer. "Depois de tantos anos juntos, eles não tiveram filhos. Eldemari tinha ao seu lado uma pessoa que tanto amava e admirava. Entrou casada no hospital e saiu viúva", diz Renata.
Jacyr nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha e pela esposa de Jacyr, Renata Regina e Eldemari. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Ticiana Werneck, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 6 de novembro de 2020.