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Jailton Moura Gomes

1953 - 2021

Com ele, as piadas rolavam soltas em meio às boas conversas e contos sobre as suas aventuras, que eram muitas.

Jailton era também o Sr. Dirceu, o Jajá, o palmeirense ou, simplesmente, o vovô. A primeira impressão que passava com sua voz alta, jeito meio bruto e postura de homem durão era logo superada quando o bom papo e as gargalhadas davam o tom do que era ter o prazer de estar em sua companhia.

Tinha compromisso sério com suas responsabilidades, impunha respeito e uma de suas características mais marcantes e bonitas era a simplicidade com que levava a vida, sempre com honestidade, senso de justiça e amor.

"Meu painho era um guerreiro, um dos maiores que conheci. Ele me amava da forma mais pura, intensa, leal e sincera que se pode amar uma filha. O amor sempre nos manteve unidos", relata Luciana.

Como corretor de seguros, não foi apenas um intermediário entre o cliente e uma ou outra seguradora, ele era muito mais que isso, conquistava os inúmeros clientes e colegas de trabalho com sua maneira afetuosa e respeitosa de ser. Era como se todos fossem amigos, família.

O Palmeiras era seu time do coração desde pequeno e Jajá deixou a paixão pelo time marcada na parede da garagem de sua casa, na forma do escudo do Verdão. A filha Luciana conta: "Nessa parede guardamos mensagens ocultas, fatos que poucos sabem o real significado, mas que para nós têm uma importância enorme, assim como ele sempre terá."

Católico, frequentava a missa todos os domingos e praticava a caridade. Era um homem de fé e colocava Deus sempre em primeiro lugar. Ensinou o caminho da verdade com sabedoria às pessoas a quem Deus lhe confiou e amou seus pais, filhos, esposa, netos, irmãos, tios, primos e amigos. Para ele, família era o bem maior de todos.

"Mais que um pai, carrego comigo exemplos de sabedoria e generosidade... carrego eternamente meu painho como um amigo. Da forma que podia, ele ajudou muitos e nos deixou o maior tesouro do mundo: a dignidade", conclui Luciana que considera esse legado maior e mais importante que qualquer patrimônio ou riqueza que o pai poderia deixar para a família.

Jailton nasceu em Aracaju (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Jailton, Luciana Santos Gomes. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 9 de agosto de 2021.