Jhonatan Carlos Ramos Tota

1991 - 2020

Apaixonado por motos e Coca-Cola, viveu para os pais e a irmã, a quem dizia amar "do tamanho do universo".

Ainda bem jovem, Jhonatan ganhou o apelido de Bololo, por ser muito parecido com um rapaz mais velho de uma vila próxima, conhecido por esse nome. A partir de então, os amigos passaram a chamá-lo assim. Ele aderiu tão bem ao apelido que, na traseira do seu carro, colou um adesivo escrito “Bololo”, conta sua irmã Joelma.

Jhonatan, o Bololo, fazia planos para o futuro, entre eles casar-se com a namorada. E vivia o presente como um irmão carinhoso e um filho zeloso. Morava com os pais, de 62 anos, e não possuía emprego, pois cuidava deles em tempo integral. “Meu pai era deficiente, não tinha as duas pernas, e meu irmão era as pernas dele”, diz Joelma, que perdeu irmão, pai e mãe, no intervalo de 30 dias, todos pelo mesmo motivo.

Nessa homenagem, ela revisita o espírito alegre do irmão. Apaixonado por motos desde pequeno, Jhonatan gostava de passear com os amigos sobre duas rodas e fazer manobras radicais. Por isso, quando partiu, eles o homenagearam com a gravação de um vídeo no qual, reunidos, ligaram suas motocicletas paradas e fizeram ressoar bem alto o barulho dos motores.

Muito querido por todos que o conheciam, recebeu mais condecorações. “O maior comércio da nossa vila colocou uma mesa em frente e ofereceu Coca-Cola a todos que passavam, para homenageá-lo, já que ele gostava muito do refrigerante”, conta a irmã.

Com saudades, Joelma fala diretamente ao irmão: “Queria ouvir de novo você dizendo ‘Te amo do tamanho do universo’, como fazia todos os dias! Te amo do tamanho do universo, continuo a te dizer todos os dias. Fica bem, fica na luz, fica em paz”.