João Alfredo de Amorim

1939 - 2020

Um homem que vivia na roça e que cultivou o amor de todos a sua volta.

Seu João Alfredo foi a encarnação do solo fértil, aquele da parábola do semeador. E a parábola em questão não está aí à toa. Porque foi da terra, que ele tirou o sustento de toda a sua família, plantando e colhendo milho, feijão e café. Um homem que vivia em contato com a natureza e que não tinha medo de trabalhar duro.

Seu João Alfredo era apaixonado pelo canto dos pássaros. Um de seus rituais diários, era levar agrados, como ovos, jiló e couve, para juntar a passarada e então sentar para ouvir uma apresentação particular, de um verdadeiro coral de pios e gorjeios. Outro tipo de música que ele adorava ouvir era a sertaneja, que sempre saía do seu radinho de pilha, companheiro inseparável.

Seu João Alfredo era bom de barganha, o que lhe rendeu o apelido de João Trama. Apreciava sentir o vento no rosto enquanto pedalava sua bicicleta. Outra paixão do seu João Trama era o seu fusca. Era louco por aquele carro. Tratava-o como mais um membro da família que, aliás, não era pequena (mas isso fica para o próximo parágrafo). Conta-se que, seja lá quem entrasse no seu fusca, costumava ouvir sempre a mesma frase: “não bate a porta, pra não estragar o carro”.

Seu João Trama tinha uma família bem grande, o que corrobora com a relação feita aqui com o solo fértil da parábola do semeador. Casado, há 60 anos, com dona Maria Jozé, que chamava de Mazé, criou nove filhos (o mais velho, infelizmente, partiu cedo, com apenas 13 anos). Seus filhos lhes deram 19 netos que, por sua vez, lhes deram 16 bisnetos.

Seu João Alfredo vai deixar muitas saudades, pois era um ser humano que soube tirar o melhor da terra e do coração de todos que conviveram com ele.