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Joaquim Eudes Farias Mourão

1945 - 2020

No seu coração, cabia o mundo. Foi um homem do bem.

“Pai, guerreiro, homem de bom coração, aquele que só fazia o bem, exemplo de pessoa”, assim começa a filha Keille Cristina falando do pai que viveu para a família.

Joaquim decidiu com sua esposa que ele trabalharia fora e ela cuidaria das filhas. “Ele colocaria comida em casa e não ia deixar faltar nada. E assim fez até o último dia de sua vida. Nunca deixou faltar nada para mim, minha irmã e minha mãe”, conta Keille.

Não foi festeiro, mas não abria mão de uma festa familiar onde podia ter sua esposa, filhas e netos reunidos. O churrasco e a cerveja eram por sua conta e a alegria era completa na celebração dos aniversariantes da família. Nunca esquecia essas datas tão importantes para ele.

“Como bom nordestino do Cariré, meu pai gostava muito de feijoada, dobradinha, sarapatel e todas essas coisas estranhas”, conta sua filha Keille com a saudade já apertando o coração.

Gostava de política, mas sua grande paixão era o Flamengo, time do coração que defendia incansavelmente. Era “flamenguista de carteirinha”, diz a filha.

Suas músicas favoritas eram dos idos da Jovem Guarda e o rei Roberto Carlos, seu cantor e compositor favorito. Ele fazia parte das suas histórias de juventude, que eram muitas.

Joaquim tinha a bondade de nascença. “Ajudava todo mundo e não via maldade em nada. Era capaz de deixar de comer para dar a uma pessoa faminta”, diz Keille.

Depois que seus netos nasceram sua vida ficou ainda mais repleta de amor. “Seus netos Gustavo Henrique e Maria Eduarda eram a vida dele”, conta Keille.

Quando se arrumava para ir ao trabalho ou outro lugar, era muito vaidoso. Ficava tão cheiroso e elegante que enchia o caminho por onde passava de boas energias. Como não notar aquela pessoa de alma pura e coração gigante?

“Tenho tanto para falar do meu pai que encheria páginas e páginas. Ele foi minha fortaleza, meu super-herói”, assim despede-se Keille com as lembranças que ficarão para sempre na sua memória e no seu coração.

Joaquim nasceu em Cariré (CE) e faleceu em Brasília (DF), aos 74 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Joaquim, Keille Cristina Sousa Mourao Gomes. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente e Hélida Matta , editado por Míriam Ramalho, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 16 de fevereiro de 2021.