1941 - 2020
Na vida simples do interior, cultivou a união da família e as amizades.
Levava a vida simples de quem trabalha com agricultura, dividindo as tarefas com a esposa em um casamento de cinquenta e cinco anos — comemoraram as bodas de ametista.
A união dos dois gerou uma grande família, cinco filhos homens e duas mulheres, que garantiam uma casa cheia, onde Joaquim prezava pela união. Os filhos eram sua maior riqueza.
O filho Nelson Leal de Lima ressalta a simplicidade e a humildade do pai, que amava preparar e comer um bom churrasco, típico do Rio Grande do Sul, estado que o paranaense Joaquim resolveu chamar de lar. O jogo de cartas com os amigos tinha sempre um espaço especial reservado, momento de preservar as amizades construídas ao longo dos anos.
O chapéu e a camisa social o acompanhavam por onde ia, eram sua marca registrada. Muito prestativo em sua comunidade, não media esforços em ajudar. Uma vida dedicada a fazer o bem, reflexo da pessoa que era.
O marido, pai, avô e bisavô de semblante simples e amigável se despede deixando saudades, mas seu legado continua vivo — seu exemplo e as boas lembranças que permanecem.
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Seu Joaquim era o grande líder da sua família e também da comunidade que ele ajudou a criar ao lado de sua esposa, Dona Maria. Foram casados por sessenta e um anos. Mudaram-se do Paraná para o Rio Grande do Sul e conseguiram reunir todos os sete filhos em uma cidade. Amava seus 12 netos e dois bisnetos.
Tinha um coração gigante. Todo dia esperava os familiares e as visitas em sua casa para oferecer o café-da-manhã ou para o chimarrão no final da tarde. No final de semana, não podia faltar a cacheta (jogo de cartas) com seus amigos.
Foi uma pessoa humilde que tratava todos da mesma maneira. Era o maior exemplo de coragem, compaixão e amor da família. Moldou o caráter de seus filhos e netos, e deixa um grande legado para seguirem.
"Choramos sua perda e continuamos lutando, na esperança da dona Maria sair da UTI, também infectada pelo vírus", diz Izaiano, um dos netos de seu Joaquim.
Este tributo foi encaminhado para o Memorial Inumeráveis antes de dona Maria partir, também vítima da Covid-19.
A história da esposa de Joaquim também está guardada neste memorial, e você pode conhecê-la ao procurar por Maria Laurinda de Paula.
Joaquim nasceu em Laranjeiras do Sul (PR) e faleceu em Harmonia (RS), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho e pelo neto de Joaquim, Nelson Leal de Lima e Izaiano de Lima. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Cristina Fengler Bieger, editado por Raiane Cardoso (2a. homenagem), revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.