1961 - 2020
Apaixonado por fotografia, sua motivação era mostrar às pessoas outras formas de olhar para a vida.
Jorge Luiz sempre gostou de brinquedos infantis de profissão. Brincou tanto com esses brinquedos de "futuros engenheiros" que acabou se tornando um. Estava predestinado.
Quando tinha 10 anos, sua família foi para o Rio de Janeiro, capital. O pai, bancário, tinha recebido a notícia de sua transferência para outra agência, no Rio. E assim eles se mudaram, indo junto duas irmãs mais novas e um irmão adotivo mais velho, com quem tinha enorme afinidade.
Foi aprovado na Universidade de Petrópolis e formou-se em Engenharia Eletrônica. Sempre dedicado, começou a trabalhar em uma empresa de manutenção de elevadores e foi conquistando espaço em prestadoras de serviços de grandes corporações nacionais e multinacionais.
Na fase adulta descobriu uma grande paixão: a fotografia. "Ficávamos horas e horas posando para ele", comenta a filha Maria Fernanda. Tomou tanto gosto que fez um curso para se tornar fotógrafo profissional.
Com isso criou grupos de fotografia numa rede social, conheceu muitas pessoas, fez outros cursos. Registrava tudo! Gostava demais de fotografar teatro e dança, embora fizesse fotos incríveis até pelo celular durante o intervalo para almoço.
Fotografou a Sapucaí, casamentos, fez books individuais. Tinha um olhar especial quando estava em ação. Seu desejo era compartilhar com as pessoas como via o mundo. E isso foi muito bom, porque deixou o registro de todas as suas fotos guardadas com "seu olhar", eternamente.
Estudava a doutrina espírita para continuar aprendendo como ser humano. Interessava-se também por música e política. Era muito divertido. Mesmo em tratamento, no hospital, assistia aos jogos do Botafogo – seu time e de toda a família, a quem era bastante ligado.
Amava demais as comidas típicas de sua terra, sempre tentando voltar a Belém para reencontrar a família que ficou por lá. Além de fotografar as paisagens, as pessoas e comer, é claro! Sua comida preferida era qualquer coisa com tilápia. Apreciava ir às docas, ao mercado Ver-o-Peso, à Ilha do Marajó.
"Ele nos deixou, mas continua nos mostrando a vida, por outros olhares, através de suas fotos que ficaram", finaliza, emocionada, Maria Fernanda.
Jorge nasceu em Belém (PA) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Jorge, Maria Fernanda Dias Sucupira. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Sonia Ferreira, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 3 de junho de 2021.