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Jorge Luiz Vieira do Nascimento

1967 - 2020

Cereja era um gigante com coração de criança.

Cereja tinha um coração maior do que o mundo, gostava mesmo era de cuidar de seus idosos. Trabalhava como segurança e morava com a vovó, de quem cuidava e tratava como uma rainha. Também cuidava do restaurante da família.

Os netos todos adoravam o Cereja. Por onde ele morava, aliás, não havia quem não gostasse dele, embora ele fosse de poucas palavras. Se tinha uma coisa que ele sabia era guardar os amigos. Vez ou outra até saía pra uma cervejinha com eles, sem nunca descuidar da vovó.

"Desde criança eu achava engraçado pensar que um homem tão grande, com mais de 1 metro e 90 de altura, tivesse como apelido o nome de uma fruta tão pequena, mas ele foi chamado de Cereja desde a infância pelos amigos e pelo padrasto. Vai saber por quê!" conta a sobrinha Marcelly Nascimento.

Ele era irmão de minha mãe de Marcelly. Para ele, ela era a “sobrinha advogada”, porque é a única da família. "Seu coração imenso de bondade ficará como exemplo para nós, na sua maneira discreta de ser generoso, cuidando dos cinco idosos que viviam com ele. Seu sorriso raro continuará na memória de todos nós." complementa.

Jorge nasceu Belém (PA) e faleceu Belém (PA), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.

Jornalista desta história Sandra Maia Farias Vasconcelos, em entrevista feita com Sobrinha Marcelly Nascimento, em 17 de maio de 2020.