José Adriano Honorato da Silva

1977 - 2020

Jeito de durão, coração de manteiga. Era fã de cerveja e música sertaneja.

Um batalhador, começou a trabalhar cedo. Antes dos 7 anos vendia milho cozido na lata, junto com seu irmão Sandro, no terminal rodoviário de Caruaru. Seu pai o deixou com os quatro irmãos e a mãe faleceu pouco tempo depois, o que obrigou os jovens a se reinventarem para ter o pão de cada dia, ficando para a irmã mais velha, Bione, a responsabilidade de criar os caçulas.

Seu apelido era “Nana”, descrito como um “moreno caliente” por sua amiga Mauricélia Florentino. Em diversas situações ele usava seu bordão “tamo juntos”. Fã da dupla sertaneja Bruno e Marrone, foi a vários shows dos cantores com a família.

Trabalhava como vigilante nos últimos anos de sua vida, mesmo com um aspecto “durão” tinha uma risada incomparável, tão sorridente que não dava medo em ninguém. Segundo Mauricélia, “o coração era de manteiga”.

Um homem de muitas paixões, partiu justamente em 12 de junho, o dia dos namorados. Gostava de passar o tempo na Feira de Caruaru, espaço cultural e polo de comércio da cidade, o lugar era seu ponto de lazer diário para degustar uma boa cerveja gelada.

“Sua família e amigos não conseguem mais abrir uma cerveja e não se lembrar dele. Era viciado em liberdade, suas emoções afloravam quando estava bebendo, se tornava sonhador e falava de seus muitos objetivos financeiros e sentimentais”, lembra com carinho a amiga.

Usou motocicleta para se deslocar por um bom tempo. Como tinha conseguido trabalho em dois locais como vigilante, com a renda extra ele pretendia comprar um carro seminovo. Também almejava, no fim de 2020, passar um tempo à beira mar, na praia de Gaibu, onde Mauricélia reside.

José se tornou o anjo protetor dos familiares e amigos, cuida à distância do amor de sua vida, a filha Camila, que tinha 12 anos quando o pai se foi.