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José Airo Lima dos Santos

1953 - 2021

Viveu com a certeza de que os dias difíceis tornam ainda melhores e mais brilhantes os dias felizes.

Natural de São Sepé (RS), seguiu carreira política na cidade que nasceu e amou. Vereador eleito em quatro mandatos, fez muito pela cidade, pensando sempre no bem da população e no desenvolvimento de São Sepé. Trabalhou muito para ver o progresso do lugar que amava e o bem-estar do povo que também era seu.

Nos últimos anos, casado com Maristela Bitencourt Postal, o casal construiu uma relação de amor e afeto como poucas são, sempre na base do carinho e do respeito. Enfrentaram muitas dificuldades ao longo da vida, sempre agarrados à certeza de que os dias chuvosos são pesados, mas necessários, e depois de passar por eles, os dias ensolarados ficam um pouco mais claros e felizes.

Airo teve dois filhos, Rainer, do casamento com Iara (já falecida) e Lucas (com Maristela) que aprenderam com os pais o valor e a beleza de um amor sincero e forte. E o amor se estendeu ainda mais um pouco, até uma netinha querida e muito amada, Inaia, que teve a sorte grande de chamar José de “grudinho” e vovô.

Apaixonado pela família, era uma unanimidade entre todos os sobrinhos e sobrinhas de todas as idades, com quem dividia a atenção e o afeto de maneira igual e sem distinção. Quando casou pela segunda vez e anunciou que estava “grávido” foi uma festa. Depois casou de novo e concedeu o último primo aos sobrinhos que agora eram 13. Estava o tempo todo falando com os sobrinhos e dando os “toques”, sempre disposto a pegar o carro para irem visitar a vovó, ou fazer coisas simples como colher frutas no arvoredo. Quase sempre elas eram doces, talvez porque pegassem um pouquinho do açúcar que José trazia no coração.

Ativo, estava sempre participando de coisas que gostava e que eram importantes para ele. Além da política, José teve forte ligação com a cultura e tradicionalismo local quando integrou o grupo CAAMI Folclore e Arte Nativa. Foi também membro da patronagem do CTG Coronel Chananeco. Ainda atuou na área do esporte local e fez parte da comissão da Festa do Divino Espírito Santo. Participou da paralisação dos motoristas às margens da BR-392 junto com os colegas taxistas, função que desempenhava atualmente.

Gremista apaixonado, não perdia um jogo do tricolor gaúcho. Adorava um churrasco no Cerrito do Ouro. Querido por muitos, fez muitas amizades ao longo da vida, com o jeito honesto, amável e sábio que era só seu. Quando se foi, as redes sociais ficaram cheias de afeto e solidariedade, preenchendo um pouco do vazio que a ausência dele deixou. Bondoso, estava sempre disposto a ajudar quem a ele recorresse.

José Airo deixa um tanto de saudade em quem teve a oportunidade de o conhecer, e muito de amor e afeto em quem teve o privilégio de conviver com o homem único que foi. Sem ele, os dias ficam um pouco longos, e sempre que alguém passa pela Câmara da cidade, se fechar os olhos por um instante consegue enxergar o ex-presidente e vereador da casa José e todas as boas ações que ele fez.

José Airo viverá para sempre. Eternizou-se através do legado de bondade e compaixão que construiu, sempre pensando no bem e vivendo para os que amava. De lá, segue vivendo e intercedendo pelos que para ele são importantes e, de vez em quando, ao Inaia soltar um risinho sem motivo, é o "grudinho" do vovô passando para deixar um abraço.

José nasceu em São Sepé (RS) e faleceu em Santa Maria (RS), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo amigo de José, José Salvador Cabral Marks. Este tributo foi apurado por Helida Matta, editado por Bárbara Aparecida Alves Queiroz, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Lígia Franzin em 7 de abril de 2021.