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José Aldo Tavares de Jesus

1956 - 2020

Caminhoneiro na juventude, sentia com frequência a nostalgia das estradas.

Itabaianense, ainda na juventude criou forte apreço por caminhões, e assim percorreu o Brasil afora. Norte a Sul, sentiu aromas e sabores das estradas, viveu suas cores e a saudade de casa. Época inesquecível, era sempre lembrada por ele com nostalgia, inclusive quando na Festa dos Caminhoneiros, que fazia questão de participar como típico itabaianense e apaixonado por caminhões que era.

De volta à cidade natal, teve sua vida marcada pelo trabalho e pela dedicação à família. Casado e pai de dois filhos, dedicou sua vida por mais de trinta e cinco anos ao trabalho no Banco do Estado, desde às 7h, quando saía de casa, às 19h, quando chegava.

Era assíduo nas tarefas diárias e, ao mesmo tempo, muito presente em casa. Por vezes, foi motivo de preocupação em razão do seu alto desempenho cotidiano. Mas era seu costume corresponder com assiduidade às obrigações em prol do seu bem maior: a família.

Após os tique-taques dos dias úteis, nos finais de semana, Aldo se fazia mais uma vez assíduo, agora às 16h de um domingo em visita à mãe. Fizesse chuva ou sol, lá estava o filho que se encobria dos carinhos mais singelos e inigualáveis. Já com o irmão, ia tomar ‘aquela cervejinha’ sempre que oportuno. Na família, teve o alicerce que o tornava proativo mesmo já aposentado, aos 64 anos de idade.

Almejava a segunda aposentadoria, desta vez pelo Banco, e com ela reformaria a casa e também seguiria em viagem ao continente europeu, desbravando os ares e vendo, de cima, as estradas que em muito contribuíram na juventude ao seu crescimento.

José nasceu em Itabaiana (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de José, Vinícius Andrade de Jesus. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mário Cidrão, revisado por Sandra Maia e Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 14 de dezembro de 2020.