1942 - 2020
Com seu jeito contido, soube rimar amor com humor.
Torcedor do célebre Santos Futebol Clube, José amava música caipira. Tanto que, aos 78 anos, mantinha uma coleção com mais de duas mil composições dessa típica tradição musical brasileira.
“Também gostava muito de plantas”, conta seu filho Glauber. “Quando se tornou venerável, plantou várias árvores na chácara da maçonaria”. “Venerável Mestre” é aquele que preside uma loja maçônica.
O que ele plantou formou um bosque hoje batizado com seu nome. Mas seu interesse por plantas só fez crescer. “Já no fim da vida, começou a se interessar por suculentas”.
Advogado, Zé Bernardo, como era mais conhecido, foi “uma pessoa tímida e reservada, mas que sempre construiu pontes por onde passou”, prossegue Glauber, que estima em 20 o número de pessoas que seu pai ajudou a concluir a faculdade.
"Zé Bernardo lecionou no ensino superior por uns tempos", continua o filho. “Mas ele gostava mesmo era de advogar. Foi presidente da subseção da OAB de Santa Helena de Goiás.”
Ele se casou duas vezes. Do primeiro casamento teve um menino, que faleceu ainda criança. Depois casou-se com Anilda, com quem teve Fabíola e Glauber. Era avô de Isabela e Felipe.
Apesar do temperamento introvertido, foi um pai presente, “sempre participativo”, assegura Glauber. E se esse jeito sugere alguém taciturno ou sério, o filho revela algo talvez paradoxal: “Uma frase que ele sempre dizia era que, na vida, além de amor, também é preciso humor”.
José nasceu em Itumbiara (GO) e faleceu em Santa Helena de Goiás (GO), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de José, Glauber Rosa Canuto Bernardo. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Joaci Pereira Furtado, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de janeiro de 2021.