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José Cláudio Ribeiro de Lima

1965 - 2020

Doava-se tão naturalmente aos outros que jamais se deu conta do bem que fazia.

Conhecido como Maradona devido à sua semelhança com o craque argentino, José Cláudio nasceu com uma virtude que, para muitos, é exercício; para ele, era instinto: solidariedade. "O que você precisar, pode contar comigo. Não tenha medo de pedir", dizia ele.

Jamais deixava faltar moedas no porta-luvas do carro, porque sempre dizia que tinha sido enviado à Terra para ajudar os mais necessitados. Por incrível que pareça, todas as pessoas que lhe procuravam no trânsito pedindo ajuda eram agraciadas com algumas moedas e um sorriso sincero.

Outra coisa que lhe arrancava sorrisos era o Carnaval. Ajudar a esposa a trabalhar nessa época cheia de festa, brilho e alegria não só revigorava o brilho do seu olhar, mas sempre fortalecia seu amor pela vida.

Tinha um costume que era impossível tirar dele: todo dia, ao acordar, Maradona tomava seu banho matinal e, antes mesmo de colocar uma roupa e se organizar para enfrentar um novo dia, desejava um "bom dia" para todos os seus contatos: de familiares e amigos próximos a meros conhecidos. Tal qual raios de sol, Maradona irradiava positividade e solidariedade.

Para esse tal Maradona, prestar ajuda a alguém era tão gratificante quanto marcar um gol de placa.

José nasceu em Recife (PE) e faleceu em São Paulo (SP), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de José, Gismara da Silva Baptista. Este tributo foi apurado por Ricardo Pinheiro, editado por Letícia Fortes, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 22 de junho de 2020.