1948 - 2020
Um homem de muitas facetas, trabalhou em diferentes áreas e foi feliz em todas elas, sempre levando família e amigos a sonharem junto com ele.
José, o Vô Zezinho, assim chamado pela neta Tâmisa, foi um homem e tanto. Filho de uma grande família, ele não foi apenas mais um entre dezesseis irmãos. Foi muitos em um homem só.
Nascido da Maria Pimenta que vivia no bairro da Alegria, o José, cidadão isabelense, passou por inúmeras dificuldades e começou na lida cedo, como operário, numa empresa chamada Karibê. Com grande sabedoria e estudo foi subindo de posição até chegar ao cargo de encarregado. Anos mais tarde, desligado da empresa que passava por uma crise, o José levou consigo as amizades que construiu, e que o acompanhariam por toda a vida.
Ele não se intimidou, foi vendedor de geladinho antes de construir sua primeira Olaria no Bairro do Monte Negro, agora, o sítio Queluz.
Trabalhou duro em muitas frentes pra garantir o sustento da família. Enquanto cuidava da olaria, ajudava a dona Guiomar, sua mulher, investindo na sua loja de roupas, a Emilena Modas. Anos mais tarde, inaugurou a empresa Blocos Queluz, em Arujá, e foi neste empreendimento que o José ganhou um filho adotivo e sua primeira neta.
Todos os dias, ele e as crianças, no fim da tarde, regavam os blocos com esguicho de mangueira, pois segundo ele, a molhagem ajudaria na resistência do material.
Na década de 1990, o vô Zezinho se candidatou a vereador e teria sido eleito, não fosse o esquecimento de registrar todos os apelidos pelos quais era conhecido na região: Zé Caria, Zé Queluz, Zezinho e muitos outros.
Em meados de 1998, abriu seu primeiro restaurante no antigo Grande Hotel. Empreendimento que lhe traria muitas alegrias e o início de uma nova jornada. Tempos depois, com o fechamento do hotel, abriu o restaurante Cerdal. Agora, ele tinha mais um apelido para sua extensa coleção (Cerdal), e o negócio se tornou a nova casa da família Queluz.
Muitas eram as responsabilidades que o empreendimento exigia, desde a administração até os quilos e quilos de feijão que, pacientemente, ele escolheu todos os dias, durante as suas últimas duas décadas de vida. Os anos passaram e Zé ganhou mais netos e amigos que, vez ou outra, o visitavam para um olá ou um café.
Homem realizado, aos 71 anos o José deixou cinco filhos, oito netos, uma nora, um genro e a sua eterna esposa Guiomar de Ávila Queluz que o acompanhou, na sua luta diária, para manter a família unida e o sucesso do lugar.
O Zé cultivou muitos amigos e clientes, colecionou histórias da vida, e sempre teve orgulho dos seus pais e de toda sua batalha.
Foi amante dos animais, cuidou de pássaros, cachorros e gatinhos e amou todas as crianças que conheceu. “Sentimos orgulho do grande homem e sentiremos saudades do “Vô Zezinho”, diz a neta Tâmisa, com amor.
José nasceu em Santa Isabel (SP) e faleceu em Santa Isabel (SP), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de José, Tâmisa Regina dos Santos. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Rosa Osana, revisado por Sandra Maia e moderado por Rayane Urani em 2 de junho de 2021.